A quantidade é o menos importante. O que interessa mesmo é a generosidade, a solidariedade e a vertente humana. E o desejo de ajudar outras pessoas, especialmente crianças mais carenciadas. É este um dos principais objetivos de vida de Tânia Fortunato.
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Falamos de uma alfeizerense de gema, formada em Hotelaria e Turismo, mas que de há sete anos a esta parte se dedica ao voluntariado. Tudo começou, portanto, em 2016, quando, à data a residir em Inglaterra, decidiu fundar uma associação. A “Fortt-Missions” é uma organização não-governamental sem fins lucrativos e não religiosa, que se dedica exclusivamente a missões de voluntariado. E o principal foco de ação é na Guiné-Bissau. O que levou, naturalmente, à questão imediata da reportagem do REGIÃO DE CISTER: “Porquê a Guiné-Bissau?”
A resposta foi pronta. “Já tinha estado em Moçambique, mas optei pela Guiné-Bissau por ser o quarto país mais pobre do mundo e aquele que dentro dos países africanos de língua oficial portuguesa é mesmo o mais pobre”, começa por explicar a alfeizerense, de 43 anos, que reside atualmente em São Martinho do Porto.
Sendo que o cenário com que se deparou quando pisou o solo guineense pela primeira vez foi como que o clique para avançar com a missão naquele país. “A primeira vez que fui a Bissau fiquei lá três meses. Fiquei extremamente sensibilizada com o que vi, especialmente com o elevado nível de pobreza e, naturalmente, as parcas condições humanas com que me deparei. Acabei por ficar três meses num orfanato, sem água nem luz, mas sempre com o desejo de poder contribuir para o desenvolvimento daquela população, especialmente as crianças”, acrescenta Tânia Fortunato.
Depois disso, e nos anos seguintes, sucederam-se as ações que conseguiu concretizar para tentar melhorar as condições de vida daquele povo. A voluntária vai a Bissau pelo menos uma vez por ano, e, além disso, são várias as vezes em que o material que consegue angariar segue em contentores para o referido país africano.
A última “carga” foi conseguida nos últimos dias e contou com a colaboração de conterrâneos alfeizerenses, nomeadamente um antigo professor e também o presidente da Junta de Alfeizerão. “O professor Luís Filipe Silva, que foi meu professor, sabia destas minhas missões de voluntariado e prontificou-se a ajudar. Entretanto, também o presidente da Junta se juntou a esta causa e, no final de contas, conseguimos ter a doação de vários materiais (mesas, cadeiras, quadros, etc) que estavam na antiga Escola Primária de Alfeizerão e que, dessa forma, vão ajudar bastante as crianças na Guiné-Bissau”, explica a alfeizerense.
E todo este material já tem destino: “Será todo colocado na escola que construímos a cerca de 60 quilómetros de Bissau e à qual demos o nome de ‘Semeadores de Alegria’.”
Neste estabelecimento de ensino que Tânia Fortunato ajudou a construir na Guiné-Bissau estão já cerca de 220 crianças, que, a partir de agora, terão ainda mais e melhores condições. Tudo por… amor.