A Resposta Fresca, sediada em Pataias, exporta praticamente toda a produção anual de framboesas para vários países da Europa. Criada em 2012, a empresa está cada vez mais próxima de garantir a produção durante todo o ano.
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A França é o principal destino das framboesas produzidas pela empresa, que também cultiva mirtilos – numa escala muito reduzida. Espanha, Alemanha, Noruega e Países Baixos são outras nações para onde são exportados os frutos da Resposta Fresca. “Cerca de 99% do que produzimos são consumidos por clientes europeus e a maioria desta percentagem destina-se ao consumo”, esclarece o proprietário da empresa ao REGIÃO DE CISTER. Rui Vicente explica ainda que o mercado nacional é muito reduzido, sendo praticamente só comercializada fruta de segunda, a um preço mais baixo, em plataformas como “Too Good To Go” – um serviço móvel que visa combater o desperdício alimentar permitindo a restaurantes, lojas e produtores venderem produtos bons para consumo, mas sem valor comercial, a um preço “low-cost”.
Ao todo, são cerca de 180 toneladas de framboesas colhidas pela Resposta Fresca por ano, um número que não tem crescido devido ao aumento de custos na produção. “A recente inflação aumentou muito as despesas e o preço do fruto não acompanha este acréscimo”, lamenta Rui Vicente.
Apesar de ser uma planta sazonal, a empresa consegue garantir a produção em quase todos os meses do ano, ainda que em ritmos diferentes. Para isso contribuem os 25 hectares distribuídos por quatro explorações: Carris de Évora de Alcobaça (3 hectares), Pataias (10 hectares), Algarve e Alentejo (12 hectares). “Aqui (em Pataias) e nos Carris produz-se muito no verão porque o clima é relativamente ameno e favorável ao desenvolvimento do fruto”, começa por explicar Rui Vicente. “No Algarve e no Alentejo conseguimos equilibrar a quebra de produção nos meses frios, porque, nestas regiões, o clima não é tão frio durante o inverno”, elucida.
Além da já referida preocupação com o desperdício alimentar, a qualidade da framboesa e a produção de forma “mais natural possível” são também princípios que a empresa tem em grande consideração. “As plantas são criadas em vasos para evitar doenças oriundas do solo. São manipuladas todas as condições para favorecer o crescimento do fruto e a colheita é feita com muito cuidado”, explica Rui Vicente. Também a polinização é feita de uma forma natural pelas abelhas que residem nas colmeias das estufas. Neste capítulo, “a propagação da vespa asiática é uma grande ameaça à produção, pois bloqueia o trabalho das abelhas e prejudica severamente as culturas”, nota.
Atualmente a Resposta Fresca emprega cerca de 30 trabalhadores, um número que duplica durante o período em que a colheita atinge o auge.
A empresa criou recentemente a marca berries.pt para comercializar o produto em França, sendo que, no futuro, Rui Vicente deixa em aberto a possibilidade de criar mais marcas, garantindo a valorização do produto e um selo na qualidade da framboesa.