Está a ser construída a maior base de dados da União de Freguesias de Pataias e Martingança (UFPM), através do levantamento de todos os nascimentos, casamentos e óbitos de que há registo nos territórios que compreendem a Paróquia de Pataias desde 1900.
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Trata-se da base de dados dos registos vitais da comunidade, uma iniciativa da Junta que vai permitir consultar os dados de cada munícipe das freguesias de Pataias e Martingança, mas também da Moita, que, apesar de integrar o concelho da Marinha Grande desde 2001, pertence à Paróquia de Pataias.
O trabalho está a ser efetuado desde 2020, quando, em plena pandemia, o historiador Tiago Inácio se começou a debruçar sobre os registos paroquiais. A ideia surgiu, porém, antes, na sequência da disciplina de Genealogia, ministrada pelo burinhosense na Universidade Sénior de Pataias desde 2018.
“Depois de construída, a base de dados permite fazer uma árvore genealógica em minutos”, destaca Tiago Inácio. É igualmente fácil entender porquê. Nos registos dos óbitos, por exemplo, consta o nome do falecido, a sua data de nascimento e de morte, a localidade, o nome do cônjuge e o nome dos pais. Na base de dados dos casamentos, por outro lado, é possível consultar o nome dos progenitores dos noivos. No registo dos nascimentos, para além do nome dos pais, consta o nome dos avós maternos e paternos, o que facilita o processo de procura de antepassados.
O trabalho em curso é referente à primeira fase do projeto, que contempla o século XX. O objetivo é ter os registos completos até à atualidade. Por agora, a base de dados referente aos óbitos é a que está mais avançada. Tem inventariação concluída de 1900 a 1985, período a que correspondem 4.250 entradas de registo.
O especialista em Património Local e Industrial começou por consultar o Arquivo Distrital de Leiria, onde se encontram todos os registos até 1911, data da Lei de Separação do Estado e da Igreja. Foi, depois, necessário recorrer aos registos da Paróquia de Pataias, onde Tiago Inácio encontrou total abertura por parte do pároco Virgílio Rocio.
A par da criação da base de dados, a UFPM tem em curso o mapeamento dos cemitérios de Pataias, Martingança, Burinhosa e Pisões. Para além de definir quem está sepultado e onde, o mapeamento vai ficar associado à base de dados que está a ser construída, o que permitirá saber, à distância de um clique, as raízes familiares de cada sepultado.
A UFPM equacionou recorrer a software de gestão de cemitérios, mas “nenhuma das propostas consegue ser tão completa” como a adotada pela Junta, como explica Dário Moleiro, do executivo. “Com os registos atuais que temos, associados à pesquisa já feita pelo Tiago, pensámos numa solução muito mais estruturada que vai além do simples levantamento e mapeamento”, acrescenta o autarca, que reconhece que entre os quatro cemitérios “o de Pataias é, sem dúvida, o maior desafio”.