Corria o ano de 1984 quando Glória Alexandre e António Alexandre decidiram abrir as portas de um espaço de restauração que ainda hoje, mais de quatro décadas depois, é um local de referência na freguesia da Cela e no concelho de Alcobaça.
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A vida tinha-os “levado” para a Alemanha durante cerca de 16 anos, onde trabalharam numa fábrica, mas já antes disso António Alexandre tinha experiência no ramo do comércio. Afinal, o já falecido marido de Glória havia trabalhado em conceituados cafés de Lisboa e de Coimbra.
Esse período foi o bastante para que, no regresso a Portugal, após mais de uma década e meia em solo germânico, o celense lançasse o repto à esposa para abrirem o seu próprio negócio na freguesia de onde era natural.
Glória, nascida e criada na zona de Góis, não se mostrou totalmente convencida, mas acabou por dar luz verde à ideia do marido. “Naquela altura o que é que se podia fazer? Olhe, vamos tentar, respondi eu ao meu marido”, começa por contar, do alto dos seus singelos (e muito bem tratados) 81 anos de idade.
O Café Isqueiro passou, então, a ser uma realidade, sendo que a decisão acabou por ser… a mais acertada.
“Sinto-me muito feliz. Caso contrário, e ainda para mais com esta idade, já não estava aqui, com toda a certeza”, confessa Glória, já a postos para ir para a cozinhar tratar dos almoços.
Sim, porque a chama do Isqueiro não é apenas potenciada pelo serviço de café. Tem também a parte da restauração que, confidenciam-nos, é do mais tradicional que pode existir.
Há serviço de almoços e jantares diariamente (exceto aos domingos, dia de descanso), sendo que à sexta-feira é sagrado: cozido à portuguesa. Nos restantes dias, a ementa é… o que calhar. “Olhe, é o que me vem à cabeça durante a manhã e antes de ir para a cozinha”, assume a simpática Glória, já em “pulgas” para ir tratar de confecionar o prato que irá servir aos clientes.
A rotina repete-se, algo só possível com a fidelidade daqueles que “fazem a casa”. Afinal, entre almoços e jantares, a jovem Glória serve, em média, cerca de 30 refeições por dia. “Gosto mesmo disto, lá está”, reforça a proprietária.
Se as diárias à hora de almoço enchem o Isqueiro, à noite, e mediante reserva, há também a possibilidade de serem servidos jantares a grupos.
De uma forma ou de outra, há uma coisa que está garantida: a qualidade da comida da Dona Glória. Ainda precisa de mais motivos para ir a este local de excelência da Cela? Então experimente encomendar uma chanfana, um ensopado de enguias ou um joelho de porco no forno. Fica o desafio…