Mais de três quartos do volume de vendas registado pela ICEL em 2023 foi em… exportações. Os números foram avançados pelo diretor-geral da empresa de produtos de cutelaria, acessórios de cozinha, facas e canivetes em entrevista ao REGIÃO DE CISTER.
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“As exportações, no último ano, representaram sensivelmente 77% do volume de vendas da ICEL”, revelou Nuno Radamanto, especificando que as exportações significam cerca de 7,5 milhões de euros. E o destino são… 80 países de todo o globo. “Os principais mercados externos em volume de vendas são a Holanda, a Grécia, a Espanha, os Estados Unidos da América, a Rússia e a Argélia”, referiu. Mas antes de atingir toda esta expressão, é preciso recuar ao período em que tudo começou.
Na década de 1940, através de uma oficina familiar, instalada na Ribafria, três irmãos começaram a trabalhar o aço e dali saíram as primeiras peças de cutelaria para a agricultura e cozinha. A primeira gama de produtos, segundo a história disponibiliza pela empresa no seu site oficial, era constituída por canivetes e algumas facas totalmente fabricadas à mão, com aço carbono e forjado e temperado com equipamentos rudimentares, sendo a energia utilizada proveniente do carvão. Os cabos eram feitos de ossos e chifres de animais. A produção foi crescendo, a distribuição passou a ser regional, e os produtos passaram a estar expostos um pouco por todo o País, ainda transportados pelos tradicionais caminhos de ferro. Em 1945, a pequena oficina já empregava 25 pessoas e foi então que decidiram constituir uma sociedade com o nome de Indústria de Cutelarias da Estremadura, Lda, do qual nasceria a primeira marca ICEL, hoje conhecida à escala global.
Algumas décadas mais tarde, e já após um crescimento sustentado, eis que a empresa inicia a exportação para mercados de todo o Mundo, nomeadamente EUA, Canadá, Austrália, Suécia e Dinamarca. E é precisamente no estrangeiro que a empresa, sediada na Benedita, tem ganho notoriedade, sobretudo na Europa, Médio Oriente e América do Norte, onde tem atualmente uma representação muito forte.
Mas nos genes das gentes da freguesia da Benedita está um considerável sentido de empreendedorismo e uma constante procura por crescer e melhorar dia após dia. “A ICEL procura regularmente novos mercados e atualmente estamos a fazer um esforço de crescimento em países da América Latina”, avançou o empresário, dando conta de que o “argumento número um” da ICEL “centra-se sempre na qualidade do produto e do serviço” e considerando que o “grande fator de diferenciação é a relação qualidade/preço do produto ICEL”.
A exportação é, como se demonstra, uma forte aposta da empresa e as feiras dão um importante contributo para o crescimento. “As feiras internacionais são, desde há mais de quarenta anos a esta parte, o principal motor de busca de novos clientes e mercados, bem como de contactos bilaterais decorrentes já da imagem da empresa por estar há oito décadas no mercado com níveis de excelência. Mas só com um segmento dedicado e cuidado se pode posteriormente fixar e fazer crescer novos mercados e clientes”, analisou Nuno Radamanto.
Sobre o futuro, o diretor geral revelou que a empresa está em “permanente investigação de novos produtos e métodos”. “Estamos neste momento a preparar a entrada num segmento de mercado distinto, mas ainda é cedo para levantar o véu acerca desse projeto”, rematou o responsável.