Líder na produção de vidro decorativo e similares. Falamos da Favicri, empresa situada na Martingança e que tem o rótulo de líder do referido setor de atividade no concelho de Alcobaça.
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A história começou a ser escrita em 1987 e, como tal, são já cerca de 37 anos de um percurso que tem envolvido várias gerações familiares e que, nos dias de hoje, tem como gerentes os irmãos Telmo Santos e Paulo Santos. Aos responsáveis juntam-se, de resto, as esposas e os filhos de ambos, pelo que, está fácil de ver, os laços de sangue estão (mesmo) na génese da empresa.
E ali… o trabalho não pára. As máquinas funcionam 24 horas por dia durante 365 dias por ano. Afinal, só assim é possível ver… o fundo à(s) garrafa(s). Só para se ter uma ideia, a Favicri, agora numa área de 7.800 m2 e com cerca de uma centena de funcionários, apresenta um volume de negócios de 7 milhões de euros.
Na zona da produção, onde as máquinas não têm descanso, está, pode dizer-se, o coração da empresa. Ali, a areia, a soda e o calcário são ‘reis’. Que é como quem diz, são os materiais que colocam tudo a funcionar. As peças saem em catadupa e o difícil é mesmo escolher a mais bonita. Telmo Santos fez como que uma ‘visita guiada’ à equipa do REGIÃO DE CISTER e explicou-nos o procedimento.
“Fabricamos à medida dos nossos clientes. Todos os produtos são pensados e concebidos de acordo com tudo o que nos é solicitado”, começa por dizer. Mas não se pense que a Favicri se limita ao processo produtivo e à venda propriamente dita. Porque, afinal, a empresa privilegia uma relação de proximidade e, até, profundidade, com os clientes: “O nosso modelo de negócio é extremamente abrangente e passa por várias fases antes de finalizada a venda. Em vários casos até acontece sermos nós a darmos determinadas sugestões aos nossos clientes, que, numa primeira instância, tinham uma determinada ideia para um produto, mas fazemos questão de apresentar várias soluções para que o produto final seja ainda mais apetecível. E como fomentamos relações de proximidade com os nossos clientes, algumas delas até de amizade, acabamos sempre por acrescentar valor ao que é pensado inicialmente.”
E se o volume de negócios é elevado, também não é menos relevante falarmos na exportação. Afinal, a Favicri exporta cerca de 95% da sua produção. Holanda, Itália, Estados Unidos da América, Inglaterra, França, Noruega, Finlândia, Suécia e Espanha são os países mais consumidores da qualidade da fabricação da empresa da Martingança.
Outra das notas de destaque prende-se com as responsabilidades com o meio ambiente. “Estamos numa fase em que já temos um nível de produção com cerca de 80% de vidro reciclado”, salienta, a propósito, Telmo Santos.
E todas as questões energéticas estão também devidamente pensadas. Algo que, no fundo, se reflete nos 400 painéis solares que estão instalados na empresa.
Além da zona de produção, as instalações da Favicri apresentam também excelentes condições nas mais variadas áreas, como por exemplo os departamentos de design e qualidade. No fundo, tudo está devidamente ‘oleado’ para que nada falhe. O trabalho é em rede. E o produto final de (enorme) qualidade.
Um garrafão de 34 litros para as máquinas de… água
Se o setor do vidro pode comportar várias especificidades no que aos produtos diz respeito, há um que salta à vista na região e que tem o rótulo de fabricação da Favicri. Falamos de um garrafão de 34 litros (!) que é, maioritariamente, utilizado para as máquinas de… água.
Situemo-nos: caro leitor, está recordado daquelas máquinas industriais que, por norma, estão colocadas nas salas de espera ou noutros espaços das empresas? Onde nelas estão também empilhados os copos (normalmente de plástico) e dos quais nos podemos servir para matar a sede que nos assola naquele momento? Ora aí está. Chegámos onde pretendíamos.
Dentro dessas máquinas, geralmente de forma não visível, estão garrafões de onde sai a água. E se lhe dissermos que a Favicri é a responsável por ter criado este conceito e produzir esta ‘inovação’? É verdade.
Mas falámos nos 34 litros [ver foto] pela dimensão propriamente dita. Porque, afinal, é a peça maior deste segmento. Que começa nos 2 litros. Os referidos garrafões têm várias medidas, dependendo, lá está, das necessidades dos clientes.
“É um produto que tem imensa saída. Foi, de facto, uma especificidade que decidimos criar e que depois de avançarmos acabou por ter um grande sucesso”, aponta Telmo Santos, que acrescenta que, neste momento, a peça tem como mercados principais o espanhol e o francês.
Mas além da qualidade da conceção, cuja produção acompanha a ideia e é, por isso, da exclusividade da empresa martingancense, há também o toque de requinte que é promovido já depois da peça sair da máquina: a rolha embutida.
Trata-se, pode dizer-se, do toque de classe. Da chamada cereja no topo do bolo. “Tal como acontece noutros projetos que dinamizamos na empresa, também neste caso gostamos de inovar e decidimos avançar com a colocação da rolha, em cortiça, para dar um aspeto ainda mais aprazível ao produto”, confidencia o empresário.
Junta-se, pode dizer-se, o útil ao agradável: a utilidade da peça e a respetiva beleza estética.
E, caro leitor, quando estiver a servir-se nas (tais) máquinas de água, lembre-se da… Favricri.