O atraso na publicação da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) está a condicionar o crescimento do lar da Associação de Bem Estar e Ocupação dos Tempos Livres (ABEOTL) de Pataias.
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A Direção da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) tem planos para construir mais 20 quartos, mas o PDM não permite o crescimento do edifício. “Seria uma receita que iria aliviar muito as contas”, reconhece o presidente, António Caseiro.
O diretor lembra que os funcionários são os mesmos, independentemente da ocupação das vagas.
A ABEOTL é, aliás, a instituição da União de Freguesias de Pataias e Martingança (UFPM), com mais colaboradores, mais de meia centena. Os salários representam a maior parte da fatia do orçamento de 120 mil euros mensais. Motivos que levam a Direção a colocar como prioritária a necessidade de aumentar a capacidade da instituição.
A situação, que se repete por tantas instituições similares, arrasta-se há um par de anos. “Ainda não recuperámos da pandemia”, conta António Caseiro, referindo-se ao centro de dia. Com o confinamento, aquela valência foi suspensa.
“Quando reabrimos, em janeiro de 2022, dos 36 que foram para casa, só dez voltaram”, lamenta o diretor. Atualmente, a situação melhorou, mas, ainda assim, estão oito vagas por preencher no centro de dia.
Foi também durante o confinamento que a ABEOTL, tal como outras IPSS do concelho, se viu forçada a recorrer à Câmara de Alcobaça para fazer face às despesas de pessoal. “Tem havido dificuldade em atingir o ritmo de trabalho pré-pandemia”, assume o presidente.
No apoio domiciliário também há vagas. As equipas visitam os clientes três vezes ao dia, para a higiene matinal, o almoço e, por fim, ao fim da tarde, para as limpezas ao domicílio. A associação dá resposta a clientes dos vários pontos da UFPM e da Moita, no concelho da Marinha Grande. “São muitos quilómetros, muito desgaste das viaturas, muito combustível”, contabiliza o diretor, que lamenta que “o Estado não tem acompanhado aos aumentos”.
À frente dos destinos da casa há 21 anos, António Caseiro vê o seu cargo com espírito de missão. Passa metade do dia na instituição, que carece de atenção constante. “Há sempre coisas para tratar, problemas para solucionar. É uma instituição que tem 12 carros na rua, por exemplo.
Há sempre um ou dois na oficina”. “Não sou capaz de sair daqui”, confessa o diretor, que não acredita que seja fácil encontrar um sucessor com a sua disponibilidade e entrega. “Não estou a ver ninguém a agarrar nisto”, diz António Caseiro, que se mantém confortável no cargo.