A aluna do 11.ºB do Externato Cooperativo da Benedita (ECB), Bia Dinis, viveu 10 dias épicos do outro lado do mundo, conseguindo conquistar três medalhas (duas de prata e uma de bronze) no concurso internacional em Pequim, na China, depois de ter carimbado o bilhete com a vitória na fase nacional das Olimpíadas da Geologia, em Estremoz.
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Quando embarcou rumo a Pequim, Bia Dinis já sabia que iria ter uma aventura marcante, mas não tanto como efetivamente veio a acontecer. É que, além da vasta experiência cultural, a jovem ainda conseguiu trazer para casa três medalhas em três possíveis. Entre 22 grupos, a equipa da aluna do ECB conquistou “o bronze no Air Science Project com um póster sobre o papel das placas tectónicas na habitabilidade terrestre”. Também em grupo, mas com colegas diferentes, Bia Dinis arrecadou uma medalha de prata no desafio International Team Field Investigation, que consistiu numa análise prática de um local e na explicação do que ali havia sucedido. “O meu trabalho consistiu na descoberta de uma cheia com base no mapa geológico do local e das rochas que encontramos no meio do rio, tirámos medidas, depois descobrimos o tipo de litologia e conseguimos calcular a velocidade da cheia e a energia necessária para transportar as rochas”, descreve.
Também na prova individual, feita em duas partes (teórica e prática), a aluna do ECB notabilizou-se, obtendo 126 pontos em 196 possíveis. Este teste decorreu durante sete horas, três horas e meia da parte da manhã e outras tantas da parte da tarde, tendo um total de 70 perguntas. “Cada questão tinha várias alíneas. Eram muito exigentes porque engloba uma componente mais voltada para a climatologia, oceanos e geofísica”, explicou.
O evento juntou os 122 melhores alunos do mundo naquelas áreas e distinguiu-se pelo grau elevado de exigência. “Os professores diziam mesmo que os trabalhos que lá realizámos são de um nível que, em alguns casos, até supera o ensino superior”, notou a aluna.
A juntar à experiência vivida no âmbito do concurso, surgiu também a oportunidade de fazer um programa cultural e de passar por algumas situações um pouco inusitadas para os dias de hoje. “Visitámos bastantes sítios emblemáticos. Para mim, o que mais me impressionou foi a Muralha da China, pela sua imponência espetacular. Também passámos pelo Summer Palace, pela Cidade Proibida e pela Universidade de Pequim, que é a segunda melhor da China”, contou Bia Dinis, particularizando ainda algumas diferenças do local.
“Foi difícil fazer pesquisas porque os motores de busca não acedem a muitos sites que conseguimos consultar aqui. Depois também passámos cinco dias sem qualquer contacto digital, uma vez que não tivemos acesso a telemóveis, nem computadores, antes das provas em que eram corrigidos e traduzidos textos”, revelou a beneditense, classificando aqueles dez dias de “inesquecíveis” pela oportunidade de conviver com pessoas de 35 países diferentes.