Um grupo de voluntários locais uniu-se para dar uma “cara lavada” aos muros que rodeiam a Igreja Matriz do Juncal. A iniciativa partiu de um filho da terra, José Neto, que convidou vários elementos e, juntos, colocaram mãos à obra, recebendo de braços abertos outros voluntários que se foram juntando. A ação, que ainda decorre, vai completar os trabalhos de requalificação realizados recentemente no monumento da vila.
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Questionado pelo REGIÃO DE CISTER sobre o motivo que o levou a avançar com a ação, José Neto respondeu visivelmente emocionado. “Primeiro porque sou um juncalense e quero mostrar que ainda há bairrismo no Juncal. Vi a fotografia da igreja lindíssima depois da requalificação e os muros feios. Não gostei e decidi avançar”, começa por explicar o juncalense, de 72 anos, que depois de anunciar o que ia fazer começou a ver voluntários a juntarem-se à causa, uns a seu convite, outros por espontânea vontade.
Numa primeira fase, o grupo inicialmente constituído por quatro pessoas lavou e tapou várias fendas dos muros em frente à igreja. A segunda parte da intervenção já contou com a ajuda de uma dezena de pessoas e contemplou a pintura dos muros, com tintas oferecidas pelo empresário João Rebelo. Mas o que mais tem comovido este grupo de voluntários tem sido as reações da comunidade. “Sentimos uma gratidão enorme a todas as pessoas que param e que nos trazem uma cerveja ou um lanche, e têm sido muitas. Outras deixam dinheiro para irmos comprar bebida e comida. Há até quem já nos tenha visto no restaurante e assumido as despesas da nossa refeição”, disse José Neto, mencionando também o Centro de Assistência Paroquial do Juncal, nomeadamente, o diretor técnico Lúcio Alves, por proporcionar almoços.
Esta requalificação dos muros nas imediações da igreja vem completar a recente intervenção que foi realizada naquele monumento e que está agora praticamente terminada. “O plano inicial era arranjar fachadas, fazer pintura e a limpeza do telhado, mas surgiu a oportunidade de avançar com uma intervenção mais profunda no telhado e tivemos de a aproveitar”, revelou o tesoureiro do Conselho Económico da Fábrica da Igreja, que deu conta da oferta da telha por parte da empresa sediada na freguesia do Juncal, CS – Coelho da Silva, e de dois capitéis oferecidos pela LSI Stone. Com esta intervenção não prevista inicialmente, o apoio de 75 mil euros atribuído pela Câmara de Porto de Mós não foi suficiente, tendo sido investidos cerca de mais 30 mil euros. No entanto, a obra era necessária e a oportunidade de a fazer no momento permitiu otimizar custos. “Foi feito um esforço porque ainda está a ser paga a remodelação do Salão Paroquial, mas dadas as condições que nos colocaram não podíamos deixar de fazer o investimento”, afirma Paulo Sousa.
Assim, o monumento, que remonta ao século XVIII, ganha uma nova vida e está pronto para receber as Festas de São Miguel na próxima semana.