As próximas eleições autárquicas vão contar com 15 listas candidatas às Câmaras de Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós. Todavia, e entre as candidaturas entregues em tribunal, existe uma ausência de peso: pela primeira vez desde as autárquicas de 1985, o CDS não apresentou nenhuma lista em Alcobaça.
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Ao REGIÃO DE CISTER, o presidente da Comissão Política Concelhia de Alcobaça do CDS falou numa “série de circunstâncias e de acontecimentos que a seu tempo serão públicos”. De acordo com Nélson Plácido, foi “uma decisão difícil, mas ponderada, tendo em consideração a importância que Alcobaça tem para o CDS”, acrescentando ainda que a decisão em não avançar com candidatura foi tomada com “a anuência dos órgãos nacionais do partido e com muita reflexão dos órgãos locais”.
O CDS apresentou-se sempre a sufrágio no concelho de Alcobaça, exceto nas autárquicas de 1985. Em 1979 e 1982 concorreu em coligação com o PSD, voltando a ir a votos em 1989 como CDS. Em 2013, o partido teve o melhor resultado de sempre no concelho (17,5%), que permitiu eleger Carlos Bonifácio como vereador, naquela que foi também uma verdadeira ascensão em relação a 2009, em que o partido conseguira apenas 5,2% dos votos. Em 2017, o CDS obteve o segundo melhor resultado (15,2%), repetindo o mandato na câmara. Contudo, em 2021 voltaria a cair, baixando aos 5,12% da preferência do eleitorado. “O CDS sempre teve a máxima de manter um padrão de qualidade nas candidaturas que apresenta e, desde 2013, esse padrão de exigência aumentou consideravelmente, com melhores candidatos, melhores propostas e mais iniciativas”, recordou o dirigente, frisando que o partido foi “sempre uma oposição responsável” e que “nada justifica esse decréscimo de votos localmente, a não ser que haja uma transposição e uma interpretação do que é o partido a nível nacional”.
Sobre o futuro do CDS a nível local, Nelson Plácido enfatizou que esta ausência “não se trata de um interregno”. “O facto de não estarmos representados nos órgãos autárquicos não é impeditivo de continuarmos a olhar para os problemas das pessoas – é mais difícil mas não nos afasta – e o facto de perdermos a nossa representação na assembleia municipal e nas assembleias de freguesia vai obrigar a que haja um reinventar do partido a nível local”, afirmou o centrista, sublinhando que este período será aproveitado para “relançar o partido” para as eleições autárquicas de 2029.
Em Alcobaça, Hermínio Rodrigues tenta um segundo mandato pelo PSD, ao passo que Diogo Ramalho dá a cara pelo PS, estreando-se numa corrida à câmara. Isabel Ventura, pelo Chega, recandidata-se, ao passo que a CDU volta a apostar em Rogério Raimundo, único vereador eleito até à data pela CDU. Também Sandra Lourenço Amaro estreia-se como cabeça de lista da Iniciativa Liberal. Em relação ao ato eleitoral em 2021, existem menos duas candidaturas, saindo de cena o CDS-PP e o Nós, Cidadãos.
À Câmara da Nazaré, onde se iniciará um novo ciclo político, tendo em conta a saída de Walter Chicharro e a não recandidatura de Manuel António Sequeira, confirmam-se os nomes de João Formiga (PS), Serafim António (PSD), João Delgado (CDU), Telma Ferreira (Bloco de Esquerda) e Lúcia Loureiro (Chega). João Formiga, Serafim António e Lúcia Loureiro concorrem pela primeira vez aquele órgão autárquico, ao passo que João Delgado e Telma Ferreira voltam a encabeçar as listas pelos respetivos partidos. De resto, o número de candidaturas apresentadas à Câmara da Nazaré é igual ao das últimas eleições autárquicas, destacando-se a estreia do Chega e a saída do CDS-PP.
Já em Porto de Mós existe mais uma candidatura do que há quatro anos. Jorge Vala, atual presidente de Câmara, tentará um terceiro mandato à frente do município, mas terá a oposição de Fernando Gomes (PS), Marcos Ramos (Iniciativa Liberal), Licínio Ferraria (Chega) e Telmo Cipriano (CDU). Dos cinco cabeças de listas, apenas o cabeça de lista do PSD é repetente, com os quatro restantes candidatos a apresentarem-se pela primeira vez. Na corrida autárquica, nota para as candidatura da Iniciativa Liberal, liderada por Marcos Ramos, que é novidade em relação há quatro anos.
Sem surpresas de última hora, estão lançados os dados para mais um ato eleitoral, prevendo-se que nas próximas semanas se intensifiquem as campanhas eleitorais. As eleições autárquicas estão agendadas para dia 12 de outubro.