Quinta-feira, Março 28, 2024
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Futebol: Liderança pelo exemplo

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Os infantis da URD Juncalense golearam o GRAP, por 12-0, na 7.ª jornada do campeonato distrital, mas o “melhor golo” veio do banco.

Os infantis da URD Juncalense golearam o GRAP, por 12-0, na 7.ª jornada do campeonato distrital, mas o “melhor golo” veio do banco. O técnico Boaventura Virgílio retirou um jogador de campo para que ambas as equipas jogassem em igualdade numérica e o gesto não passou despercebido ao árbitro beneditense Nuno Matias, que acabaria por exibir o cartão branco antes das equipas se dirigirem aos balneários ao intervalo.

“Estávamos a vencer (2-0) e um menino da equipa adversária lesionou-se”, conta Boaventura Virgílio ao REGIÃO DE CISTER. Sem mais opções no banco, os leirienses tiveram de jogar com apenas quatro jogadores. “Aproximei-me do árbitro e pedi que me deixasse retirar um dos meus jogadores para que ambas as equipas ficassem em igualdade numérica”, recorda, explicando que o árbitro daquela partida, o beneditense Nuno Matias, acedeu ao pedido.

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“Foi uma atitude correta e que devia ser reconhecida para que outros sigam o exemplo”, considera o árbitro, notando que pediu à equipa adversária que não abandonasse o campo ao intervalo para que o gesto fosse reconhecido. “O treinador do GRAP disse-me de imediato que era um reconhecimento justo”. adianta.

Na segunda metade do jogo, o jogador que se lesionara voltou ao encontro e os juncalenses acabariam por ganhar o encontro por uma margem confortável (12-0), mas para a história fica o gesto do técnico que já tinha recebido outro cartão branco esta temporada. “Houve um jogador adversário que teve uma queda aparatosa e sem pedir autorização ao árbitro entrei de imediato em campo para o socorrer”, relata Boaventura Virgílio, que acabaria por retirar o menino ao colo do campo, gesto que lhe valeu o aplauso dos presentes no pavilhão.

“Não ajo desta forma para ser reconhecido, são atos instintivos”, reitera o vice-presidente do clube do Juncal, notando que no seu balneário não se fala de árbitros e o respeito pelos adversários é imperativo. “Quando trabalhamos com escalões mais jovens é preciso contribuir para o desenvolvimento das capacidades técnicas e táticas, mas dar-lhes também ferramentas para serem futuros jogadores de qualidade técnica e, sobretudo, humana”, destaca o dirigente, relembrando um jogo em que uma menina da equipa disse ao árbitro que tinha errado a ajuizar uma reposição de bola, devolvendo a mesma ao adversário. 

Quem treina escalões mais jovens destaca a importância de liderar pelo exemplo. Na região o técnico Joel Calado (Biblioteca) também foi reconhecido por ter tido um gesto assinalável. A 28 de abril de 2018, a equipa de sub-12 do Beneditense foi a jogo com apenas seis atletas e o técnico valadense decidiu retirar um atleta da sua equipa e iniciou o jogo também com seis jogadores. O gesto teve maior impacto quando no decorrer da partida um menino do Beneditense se lesionou e o treinador tirou mais um jogador, passando a jogar com cinco jogadores, mas em situação de igualdade numérica.

Receber um cartão branco destaca um ato, a atitude ou a postura de um agente desportivo, seja jogador, treinador, dirigente ou mesmo o público e, por isso, também o técnico Ricardo Pereira (Ginásio) foi reconhecido no torneio internacional Challenge Cup, que decorreu no ano passado no Algarve. 

Apesar de não ter sido num jogo oficial, os árbitros do torneio decidiram exibir o cartão branco ao treinador alcobacense pela postura durante o encontro. “Não estava à espera pois penso que aquela deve ser a atitude que devemos ter no desporto”, refere Ricardo Pereira. “Os organizadores disseram que já devia ter recebido no jogo anterior pela postura com os árbitros e atletas das duas equipas”, acrescenta. O desporto é que sai a ganhar.

AF Leiria regista 50 cartões brancos

A Associação de Futebol de Leiria integrou o Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED) em 2016 e, desde então, já foram exibidos 50 cartões brancos entre as provas distritais devido a gestos notáveis de agentes desportivos ou por comportamentos exemplares durante uma partida.

Da marca redonda, 24 cartões foram mostrados a jogadores, dez a equipas, nove a treinadores e cinco a diretores. O público presente no jogo também já foi reconhecido por duas vezes pelos árbitros da partida. 

A chamada região de Cister contribui para as estatísticas do organismo distrital, com vários casos de técnicos que assumiram a ética, o respeito e o fair-play como valores fundamentais para os futuros craques da bola.

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