Há nove meses que foi publicado em Diário da República o projeto de reclassificação do Mosteiro de Coz como monumento nacional, mas o processo está parado desde então.
Há nove meses que foi publicado em Diário da República o projeto de reclassificação do Mosteiro de Coz como monumento nacional, mas o processo está parado desde então.
Em causa está a candidatura da Câmara de Alcobaça com vista à ampliação da classificação da Igreja de Santa Maria de Coz, à reclassificação como monumento nacional e à redenominação para “Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz”.
“Há partes do Mosteiro que estão a deteriorar-se dia após dia”, alerta o presidente da União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, referindo-se ao telhado e aos painéis em madeira, únicos em monumentos da Ordem de Cister. “Do lado do rio e do lado da estrada, está tudo negro e a meter água”, denuncia Álvaro Santo.
O presidente da Câmara de Alcobaça está preocupado com a situação, mas Paulo Inácio lembra que se trata de uma responsabilidade do Estado e sublinha que “só com a classificação de monumento nacional o Mosteiro pode ser candidatado a apoios comunitários”.
Paulo Inácio diz não entender a demora, depois de ter recebido a garantia da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) de que “está tudo tratado” para a publicação da classificação de monumento nacional em Diário da República. “Até agora, nada”, lamenta o edil, que diz que “a Câmara só pode pressionar”. Contactada pelo REGIÃO DE CISTER, fonte da assessoria da DGPC garantiu responder assim que possível.
A candidatura a Monumento Nacional foi submetida em 2015 ao Ministério da Cultura, tendo o procedimento de reclassificação sido aberto pela DGPC em março de 2017.
Em simultâneo, a autarquia avançou para a aquisição da antiga propriedade monástica e desenvolveu uma primeira fase de recuperação e valorização do espaço urbanístico e paisagístico, demolindo as habitações adjacentes ao mosteiro. Em 2016, promoveu a integração do mosteiro na Carta Europeia de Abadias e Sítios Cistercienses, que se dedica a partilhar e promover o património e o legado europeu da Ordem de Cister.
Há cinco anos que se realizam visitas guiadas ao monumento. Desde que abriu ao público, o número de visitantes tem aumentado todos os anos. Em 2016 registaram-se 1.293 visitas, em 2017 foram 4.976, em 2018 registaram-se 5.027 e em 2019 foram 4.467. Em 2020, de janeiro a março registaram-se 749 e de junho a dezembro foram 1.649. No total, registaram-se 19.161 visitas desde o início, de acordo com dados disponibilizados pelo responsável do projeto de artesanato local Coz’ART, Eurico Leonardo, que promove as visitas guiadas ao monumento.
O Mosteiro de Coz remonta ao início do século XIII, época em que o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça adquiriu propriedades em Coz, para o então abade de Alcobaça, D. Fernando, iniciar um cenóbio, destinado a acolher mulheres (solteiras ou viúvas) que desejavam levar uma vida religiosa.