Martim Avillez Figueiredo foi o orador convidado da conferência de encerramento da 3.ª série da Rede PME do REGIÃO DE CISTER, que decorreu, no passado sábado, no Museu do Vinho de Alcobaça, juntando cerca de uma centena de empresários, representantes de instituições e autarcas.
Imagine uma nova taxa sobre a riqueza para financiar a reestruturação de pessoas e empresas. Agora pense que era criada uma taxa para financiar esta retoma – o imposto do crescimento: 3% ao ano, ou seja, 19 mil euros adicionais pagos por cada um dos 12 portugueses com um rendimento anual de 640 mil euros. É pouco? Somado são… 223 milhões de euros anuais para financiar as cidades do crescimento. Martim Avillez Figueiredo, orador convidado da conferência de encerramento da 3.ª série da Rede PME do REGIÃO DE CISTER, que decorreu, no passado sábado, no Museu do Vinho de Alcobaça, acredita que esta é uma solução para a crise económica do País e que Alcobaça poderá ser uma dessas 20 cidades.
O Chief Operating Officer (COO) da Impresa salienta que o Estado pouco teria de gastar para potenciar o crescimento económico do País, através destas cidades do crescimento. “Aproveitando as zonas industriais, os parques de negócio, os espaços que já tenham investimento público“, frisou Avillez Figueiredo, “estas pequenas cidades fiscalmente neutras seriam verdadeiras incubadoras de estratégias”.
Para mostrar que alguns pequenos negócios terão de fechar (30% segundo as previsões), em detrimento de novas ideias e novos negócios, Martim Avillez Figueiredo frisou que “há 81 mil restaurantes e cafés em Portugal, o que significa que há um restaurante por 120 habitantes portugueses… mas em Espanha há um restaurante por cada 238 habitantes”. “No Reino Unido há um restaurante por cada 442 habitantes”, adiantou o jornalista, acrescentando que “ainda assim Alcobaça está abaixo da média nacional com 333 habitantes para um café”. E outro número redondo: “todos os dias 17 empresas portuguesas abrem falência” e dessas “85% têm menos de dez trabalhadores”. Alcobaça também fica bem colocada dentro desse ranking.
Ou seja: só com aquele imposto do crescimento seriam mais de 11 milhões de euros de investimento por cidade e 8 mil novas empresas portuguesas, cada uma com 28 mil euros médios de financiamento garantido. “Portugal não precisa de grandes teorias macroeconómicas, só com a energia e ideias de todos é que conseguimos sair disto”, considerou o alcobacense, que assina semanalmente um espaço de opinião no semanário Expresso.
O antigo diretor do Diário Económica lembra que “85% das empresas portuguesas têm menos de 4 trabalhadores e 95% de todas as empresas tem menos de 10 trabalhadores”. As empresas aderentes da Rede PME parecem estar um pouco acima da média, o que é um bom sinal para a região”, destacou o antigo diretor de Marca e Conhecimento na Sonae SGPS.
“As cidades do crescimento não são grandes cidades, são economias como a dos concelhos de Alcobaça e Nazaré”, defendeu Martim Avillez Figueiredo. E sobre os números destes concelhos, o jornalista não teve dúvidas: “são bons indicadores económicos”.
Da mesma opinião partilhou Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça, que pediu a palavra para sublinhar que “Alcobaça é um concelho atípico, com várias realidades económicas, sem paralelo na região”. O autarca considerou ainda que “a maior força de Alcobaça são os seus empresários“, uma vez que “sabem o que estão a fazer e para onde querem ir”.
Será possível criar em Portugal 20 cidades do crescimento e financiá-las com 230 milhões de euros todos os anos para aplicar nas ideias? Martim Avillez Figueiredo acredita que sim.