Terça-feira, Julho 15, 2025
Terça-feira, Julho 15, 2025

Reinventar tradições e sabores e vendê-los bem

Data:

Partilhar artigo:

Quando a principal via de comunicação que unia o norte e o sul do país, no litoral atlântico passava por Alcobaça, o país inteiro conhecia a nossa vila cisterciense, a sua doçaria conventual, os queijinhos frescos e as maçãs doces como só a nossa terra produz.

Vinha-se de Lisboa a Alfeizerão para experimentar esse pão-de-ló extraordinário e parava-se no Bau para um café de frente para o Mosteiro.

S. Martinho do Porto era então o bidé das marquesas da nossa magra aristocracia e as nossas termas traziam a banhos os burgueses das grandes urbes.

Região de Cister - Assine já!

Entretanto as novas vias de comunicação, designadamente a A1, atiraram os viageiros para trás da Serra e Alcobaça, feita cidade sem razão para tal, as suas praias e os seus tesouros foram caindo no esquecimento ou, pior ainda, não chegaram a entrar no imaginário dos portugueses mais novos.

Se é certo que não se pode seguir em frente olhando sempre para trás, também é verdade que não se pode avançar em segurança sem olhar o retrovisor. E este espelho mostra-nos o que fizemos bem e que importa estimar e também nos mostra um caminho de saberes que só nós percorremos.

E o que vejo agora são bons exemplos desse equilíbrio entre o valor do passado e da necessária inovação, produtos que se diferenciam porque são de Alcobaça e porque trazem consigo a herança de séculos de sabedoria, e que querem competir pela excelência e não pela mediania indiferenciada do que se faz em todo o lado.

Conheço tantos exemplos que nos fazem rebentar de orgulho, mas permitam-me destacar as velhinhas e agora reinventadas seiras do Toino Abel, os doces conventuais da Alcôa, o Pão do André e todos os outros pães caseiros com forno varrido a aroeira, o vinho da Quinta dos Capuchos, a Maçã de Alcobaça e os respetivos sumos, a nossas chita, a ginja MSR e a novíssima Granja de Cister onde em boa hora uma equipa dinâmica e inteligente decidiu apostar na promoção de todos estes e de outros tantos produtos superiores e únicos.

Mas ainda há muito por fazer, temos de saber reclamar e promover o que é nosso, os queijinhos frescos, os verdadeiros que são os de Alcobaça, o frango na Púcara, tão tradicional quanto ausente da maioria dos restaurantes da região, a nossa cerâmica, as nossas bandas filarmónicas e, mais importante que tudo, falta sabermos que a nossa marca vem de longe, e que para a podermos exibir, temos de a saber diferenciar.

AD Footer
Próximo artigo

Artigos Relacionados

AMA Pedra do Ouro criada para melhorar localidade

Constituída há um mês, a Associação de Moradores e Amigos (AMA) Pedra do Ouro nasceu para dar impulso...

Espaços noturnos da Nazaré só podem funcionar até às 2 da manhã

O executivo municipal aprovou, por unanimidade, na passada semana, uma proposta de funcionamento dos espaços comerciais noturnos que...

Nova diretora do AE Nazaré quer reforçar valorização da escola pública

Paula Trindade assumiu, no passado dia 2 de julho, a Direção do Agrupamento de Escolas (AE) da Nazaré...

Feira do Livro da Nazaré celebra 50 anos de literatura e liberdade

A Feira do Livro da Nazaré celebra a liberdade e meio século de história dedicada à promoção da...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!