A vertente poética de Rui Rasquilho teve uma existência bem mais curta que o Rui Rasquilho historiador e diplomata. O poeta nasceu em 1995 e “morreu de repente em frente ao mar numa janela da vila de Parede em 2003”.
A vertente poética de Rui Rasquilho teve uma existência bem mais curta que o Rui Rasquilho historiador e diplomata. O poeta nasceu em 1995 e “morreu de repente em frente ao mar numa janela da vila de Parede em 2003”. “O fenómeno poético foi inesperado” quando o diplomata Rui Rasquilho vivia no Brasil. Mas tão depressa veio como depressa foi. “Esgotei-me”, confessa o antigo diretor do Mosteiro de Alcobaça.
Esta posição em relação à poesia pode parecer estranha mas fica clara quando contraposta com a convicção de Rui Rasquilho: “toda a minha arte vem de dentro de mim”. Assim, os poemas que escreve são muito próprios, “é tudo muito natural”, revela, acrescentando que não tinha qualquer mecanismo para escrever os poemas. Por isso, é também “natural” que afirme que morreu para a poesia e não sabe “se algum dia voltará”.
O processo criativo culminou no livro “Poemas Escolhidos”, apresentado no passado sábado no Armazém das Artes, perante um público composto por mais de centena e meia de pessoas. “Tinha dentro de mim um enorme conteúdo”, adianta Rui Rasquilho.
A apresentação do livro contou com a presença de Lauro Moreira, embaixador do Brasil em Portugal, que recitou vários poemas da obra do poeta esgotado. Para além disso, Amílcar Coelho apresentou uma dissertação sobre o silêncio, tão importante na poesia do alcobacense.
O livro reúne um conjunto de poemas românticos e de amor. “Amor pelas pessoas, pelas coisas e pelos factos”, revela Rui Rasquilho. A publicação da obra é da responsabilidade da Edições Escafandro.