Ano e meio depois de ter decidido terminar a carreira ao serviço da U. Leiria, o guardião Vítor Maranhão voltou a calçar as luvas para defender as redes do Maceirinha, na 1.ª Divisão distrital.
Ano e meio depois de ter decidido terminar a carreira ao serviço da U. Leiria, o guardião Vítor Maranhão voltou a calçar as luvas para defender as redes do Maceirinha, na 1.ª Divisão distrital. O regresso ao ativo do jogador, que entrou para a história como o guarda-redes que mais vezes defendeu a baliza do Ginásio, causou alguma surpresa, mas explica-se com a vontade de competir e ganhar.
“Queria acabar bem a carreira, pois a forma como tinha deixado a U. Leiria foi uma despedida agridoce, por não ter subido de divisão por 1 ponto. Foi também por isso que aceitei o convite do Maceirinha. Espero não ter lesões e, no final da época, atingir os objetivos do clube, que passam por subir de divisão”, esclarece o nazareno, de 38 anos, que é uma referência no panorama do futebol distrital e conta com sete subidas de divisão no currículo.
Terá sido essa condição, de resto, que originou o convite do emblema do concelho de Leiria a meio desta temporada e que levou o guardião a voltar a calçar as luvas após ano e meio de afastamento dos relvados. “Fiquei agradado com o reconhecimento do clube de que, no fundo, tenho alguma influência nas equipas”, admite Vítor Maranhão, que vestiu a camisola do Ginásio em 312 jogos de campeonato ao longo de mais de uma década. A saída do clube, contudo, deixou-lhe marcas.
“Por onde passei dei sempre o melhor, não arranjei inimigos em lado nenhum e tive momentos muito felizes em todos os clubes. A coisa mais triste que tive no futebol foi ter deixado o Ginásio ao fim de 13 anos, da forma como tudo aconteceu, e por não ter sido reconhecido por alguns dirigentes. Mas deixei muitos amigos no Ginásio e, quem sabe, se não poderei um dia voltar”, afiança o “keeper”, que se iniciou no Nazarenos, clube que gostaria de voltar a servir, embora reconheça que o tempo já esteja a escassear.
“Gostaria de terminar a carreira no Nazarenos, que é um clube que passa por algumas dificuldades, mas que é um grande. É um clube que tem todas as condições para chegar a outros patamares, mas neste momento é muito difícil que o venha a conseguir com a estrutura que tem”, considera Vítor Maranhão, que foi campeão distrital de juvenis pelos alvinegros em 1992/93 e deu o salto para a formação do Belenenses, onde chegou a trabalhar com o plantel principal.
“Era muito jovem, mas foi um dos bons momentos que tive foi ter chegado à 1.ª Liga, mas não deu para sentir o sabor do escalão principal”, relembra o guardião, que seguiu depois para o Caldas, clube no qual chegou a ser utilizado como… avançado. Experiência que, aliás, voltaria a repetir no Caranguejeira.
“Costuma dizer-se que há jogadores polivalentes e eu tinha o reconhecimento dos treinadores que podia ajudar a equipa noutra função. O míster Eduardo Silva no Caldas e o míster Armando Velhinha chamaram-me para jogar na frente e tentei ajudar a equipa e ainda marquei golos”, recorda o jogador, que também marcou 2 golos com a camisola do Ginásio.
Apesar de se ter destacado no futebol, Maranhão diz que o ponto mais alto da carreira foi “ter chegado à Seleção Nacional de futebol de praia, representando Portugal durante cerca de dois anos”. Mas, curiosamente, não o fez como guarda-redes, mas sim como jogador de campo, o que, mais uma vez, atesta a polivalência do atleta, que no futebol jogado na relva aponta o facto de ter representado a U. Leiria, “clube grande, que tinha jogado na 1.ª Liga”, como o momento mais alto de uma carreira que, pelos vistos, ainda vai conhecer novos capítulos.