A Banda Sinfónica de Alcobaça subiu no mapa, até Santa Maria da Feira, para participar no concurso Filarmonia D’Ouro – Concurso Internacional de Bandas (CIB), no Europarque da cidade.
A Banda Sinfónica de Alcobaça subiu no mapa, até Santa Maria da Feira, para participar no concurso Filarmonia D’Ouro – Concurso Internacional de Bandas (CIB), que decorreu no último fim de semana de novembro, no Europarque da cidade. No primeiro ano do concurso organizado pela Academia Portuguesa de Banda, a formação de Alcobaça trouxe para casa o 1.º lugar da segunda categoria. Este ano, o troféu de 6.º lugar na primeira categoria soube, também, a vitória.
Os alcobacenses começaram por aquecer com a peça “Suite of Old American Dances – 1.º and, Cake Walk”, de Robert Bennett e terminaram com a escolha do maestro “Red Dragon”, de Ferrer Ferran, mas foi na peça obrigatória “Éli Éli”, de Luís Cardoso, que a Banda Sinfónica de Alcobaça foi excelsa, arrecadando um dos maiores aplausos entre as restantes bandas a concurso.
Apesar do elevado nível de dificuldade exigido, a Banda Sinfónica de Alcobaça levou o seu conjunto mais recente. Estrearam-se, no CIB cinco elementos, a acompanhar a banda há poucos meses. Entre eles, o alcobacense Miguel Traquina, de apenas 13 anos, que toma conta de uma parte da percussão. “A música funciona como o motor de um carro. O carro não trabalha se não tiver motor. Comigo acontece o mesmo, sem a música”, relata o jovem. Apesar de ter conhecido a musicalidade “um pouco tarde, no 5.º ano de escolaridade”, o percussionista entendeu rapidamente que “era da música que queria fazer profissão”.
Maria Vicente partilhou, durante anos, desse mesmo sonho. A trompetista já conta com 30 anos na Banda Sinfónica de Alcobaça, mas, profissionalmente, é gestora de recursos humanos. “Mais do que um passatempo, a música é uma paixão”, admite. O sonho não foi seguido porque entrou para a banda aos 17 anos “e um miúdo de 10 sabia fazer exatamente a mesma coisa”. Mesmo assim, o trompete acompanha-a há três décadas “devido à espontaneidade e vivacidade do som que de lá sai”, remata.
Há dois anos, a trompetista participou na primeira edição do Filarmonia d’Ouro, tendo recebido o maior prémio enquanto música amadora. “Foi uma surpresa chegar ao nível em que estamos. Ao longo destes 30 anos a banda tem evoluído muito, apesar de todas as adversidades”, considera Maria Vicente.
Apesar de estar “apenas” há 15 anos na Banda Sinfónica de Alcobaça, o maestro Rui Carreira, conta com vários anos de experiência no mundo musical, seja em competições ou fora delas. “Um concurso é uma oportunidade excelente para trabalharmos de forma mais afincada e exigente, acabando por servir como um trampolim”, nota o maestro.
Depois de várias horas de trabalho, “os elementos, em particular, e a banda, no geral, acabam por evoluir”, por isso, independente do resultado dos jurados, “esse é o principal lucro da prestação de provas”, esclarece o leiriense.
Foi de batuta em riste que Rui Carreira dirigiu com mestria a banda alcobacense, por entre as partituras exigidas, apresentando “num único ‘take’ várias horas de trabalho”. “Foi fantástica a resposta e o empenho que a banda deu. Não é possível pedir mais, tendo em conta todo o trabalho que foi feito”, conclui o maestro.
O REGIÃO DE CISTER, que neste dia acompanhou a Banda Sinfónica de Alcobaça, garante que os músicos souberam tocar as notas certas… até para os leigos em linguagem musical.