O 7.º Encontro de “Famílias 21” trouxe pessoas de todos os pontos do País até Alcobaça.
O 7.º Encontro de “Famílias 21” trouxe pessoas de todos os pontos do País até Alcobaça. O auditório da Escola Secundária D. Inês de Castro (Esdica) foi pequeno para receber os 400 participantes no evento, considerado “um dos maiores encontros nacionais” sobre trissomia 21, dinamizado pelas Associação Carisma de Emoções (Alcobaça e Nazaré), Olhar 21 (Coimbra) e Pais 21 (Lisboa).
“A inclusão é importante, mas a participação também”, sublinha a presidente da Associação Carisma de Emoções. “Reunimos centenas na última semana, o que reflete o interesse em partilhar o que é viver com pessoas com trissomia 21. Afinal, ainda há muita gente interessada em falar sobre este assunto”, nota Helena Rolim.
O Dia Mundial da Trissomia 21 é assinalado no dia 21 de março (21/3, ou seja, simbolicamente, três cromossomas 21). Reunir várias famílias com pessoas com esta deficiência, para que pudessem partilhar vivências e experiências, foi o principal objetivo do encontro, no qual se explicou que o cromossoma extra é, apenas, “o cromossoma do amor”, devido à simpatia e sociabilidade.
O início do encontro foi marcado pela emotiva e bem-humorada apresentação do livro de Manuel Gonçalves: um jovem de São Martinho do Porto, com trissomia 21… e com carta de condução, namorada, aficionado por touradas e que gosta de “ir para a night beber um copo com os amigos”. “Um jovem como tantos outros”, nota a mãe, Constança Gonçalves. “Abri as minhas asas… e voei” é o título do livro que foi publicado com o apoio da Câmara de Alcobaça.
Os poemas reunidos em livro datam desde os 11 anos do Manuel. Hoje, com 23 anos, leva a vida com leveza e não deixa de escrever sobre tudo o que o inspira. “A minha mãe, que tem o melhor colo do mundo, é a minha inspiração e a minha força”, afirma o jovem. É também com orgulho que adianta que o livro tem o prefácio assinado por Marcelo Rebelo de Sousa. “Uma pessoa que me inspira muito, por todas as atitudes que tem em sociedade”, justifica o jovem.
“Todas as crianças devem ser ensinadas a construir uma vida absolutamente autónoma. Os pais, principalmente, devem acreditar nos filhos, sem os limitar. Sejam ou não portadores de deficiência”, relata Constança Gonçalves.
Houve ainda espetáculos de dança e de música, levados a cabo por jovens dos quatro cantos do País, com deficiência: uma prova de que, afinal, as limitações são, muitas vezes, apenas criações da nossa mente.