A Câmara da Nazaré decidiu, por unanimidade, esta segunda-feira, deixar cair o projeto do zipline, optando pela não adjudicação para a concessão da utilização privativa de domínio público municipal para a implantação do “Zipline Nazaré”.
Este volte-face foi justificado pelo presidente da Câmara com a reprovação do projeto por uma “franja muito significativa da população”.
“A ideia era interessante e inovadora, tendo inclusivamente sido distinguida com um prémio do Turismo do Centro, e acreditávamos que traria uma nova área de mercado para a Nazaré”, sublinhou o chefe do executivo municipal. Contudo, “a oposição evidente e incontornável dos cidadãos nazarenos ao projeto veio contradizer a existência de um interesse público na sua implementação”, conforme é esplanado no documento da ordem de trabalhos da reunião de Câmara.
Walter Chicharro, que propôs ao executivo a deliberação da revogação, adiantou ainda que “nada teve a ver com a campanha de publicidade e marketing levada a cabo pela empresa”, tomando por garantido o projeto.
Ao concurso público, aberto no final de 2018, foi apresentada uma única proposta, a da Geração Give, que estava em fase de análise. Com este recuo, o concurso fica sem efeito, podendo a empresa pedir uma indemnização pelos encargos em que, comprovadamente, incorreu com a elaboração da proposta.
O Movimento Cívico pela Defesa do Promontório da Nazaré defende, em comunicado, que para a decisão do executivo municipal “pesou, forçosamente, a força e consequência da luta e de todas as pessoas que a sentiram como sua, dando mais força ao Movimento Cívico e popular”.
Também a CDU, em comunicado, lembrou que “a voz dos deputados comunistas nunca se calou perante tamanho crime ambiental e paisagístico”, tendo levado o assunto ao Parlamento Europeu.