Domingo, Dezembro 22, 2024
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Obra na VCI gera discórdia na Câmara de Alcobaça

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A construção do posto de abastecimento da BP, primeiro projeto a instalar-se no futuro Retail Park da Nova Alcobaça, está a ser motivo de discórdia entre oposição e maioria no executivo municipal e também de críticas por parte da comunidade, que fez chegar preocupações aos Paços do Concelho.

A construção do posto de abastecimento da BP, primeiro projeto a instalar-se no futuro Retail Park da Nova Alcobaça, está a ser motivo de discórdia entre oposição e maioria no executivo municipal e também de críticas por parte da comunidade, que fez chegar preocupações aos Paços do Concelho. Em causa está o facto da saída do posto de combustíveis vir a ser feita diretamente para a Via de Cintura Interna (VCI) de Alcobaça.

O tema foi levado a debate pelo vereador Carlos Bonifácio, no âmbito da reunião pública de Câmara realizada a 14 de fevereiro. De acordo com o vereador do CDS-PP, a autarquia está a cometer “um erro gravíssimo” ao criar acessos diretos para a VCI, estando, deste modo, sujeita a ser acusada de favoritismos”. “Outras entidades, como o Pingo Doce, solicitaram o acesso direto à variante e este foi negado. Agora voltamos atrás com a nossa palavra para fazer a vontade de um proprietário? E os outros, como se sentem?”, questionou. De acordo com Carlos Bonifácio, o projeto inicial da VCI incluía a construção de vias laterais para impedir o acesso direto ao troço, razão pela qual foi criada a Avenida Associação Alcobacense de Farmingville. “Este foi um princípio definido desde o primeiro momento e nem vou apontar as questões óbvias de segurança que estão inerentes a esta medida inaceitável. Esta ação revela um planeamento vergonhoso por parte da Câmara”, argumentou o vereador, para quem “a rotunda ali instalada se vai tornar inútil se os acessos passarem a ser diretos”.

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Perante as acusações, o arquiteto Manuel Ferro assegurou que o projeto está “totalmente legal” e que já havia sido apresentado junto do executivo, não se tendo verificado quaisquer problemas. “O projeto foi tornado público e não está a ser cometida nenhuma ilegalidade. Naquela zona nunca houve proibição de realizar acessos diretos à via. O Pingo Doce optou por não o fazer, mas nunca foi impedido pela Câmara”, sublinhou o técnico municipal. 

A discussão subiu de tom com o vereador do CDS-PP a colocar  em causa a “seriedade da Câmara no que toca ao planeamento”. “Estamos a abrir precedentes e a falhar com a palavra. Uma instituição séria não pode proceder desta forma. Peço que pensem no princípio de equidade que está a ser violado”, alertou o antigo “vice” de Gonçalves Sapinho.

Para o presidente da Câmara, a “questão seria realmente grave caso existisse ilegalidade”, mas para Paulo Inácio o executivo está “sensível” perante “os cidadãos que se possam sentir melindrados”. “Na minha opinião, a VCI, que é um importante investimento, deveria ter sido uma avenida. Contudo, o acesso direto à via não visa beneficiar ninguém e a lei comprova que não estamos perante uma ilegalidade”, assegurou o social-democrata, afirmando não “ter conhecimento do acordo feito entre o anterior executivo [de que fazia parte Carlos Bonifácio] e os proprietários no que toca aos acessos”. 

Também um grupo de alcobacenses fez chegar à Câmara, através de emails, algumas preocupações quanto à empreitada, que descreve de “aberração” técnica. “A saída vai criar atrito numa zona sensível, uma vez que vai reunir, em poucos metros uma rotunda, passadeiras e peões. Embora seja um troço onde os automóveis devem circular a 50 km/h, sabemos que essa não é a realidade”, declarou o porta-voz do grupo ao REGIÃO DE CISTER, criticando a criação de um negócio “que não é de máxima pertinência para a cidade”, visto que existem várias bombas em Alcobaça, podendo dali “resultar na perda de vidas e de sérios danos materiais”. 

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