Sábado, Dezembro 21, 2024
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Pneugare começou há 41 anos pela mão de Augusto Matias

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Não chegou a fazer a 4.ª classe, apesar de a professora primária ter pedido ao pai que deixasse o pequeno Augusto acabar os estudos. Mas os tempos eram difíceis e a família contava já com sete filhos.

Não chegou a fazer a 4.ª classe, apesar de a professora primária ter pedido ao pai que deixasse o pequeno Augusto acabar os estudos. Mas os tempos eram difíceis e a família contava já com sete filhos.

Com apenas 12 anos, Augusto Macedo Matias, nascido em Porto-do-Carro, freguesia da Maceira, começou a trabalhar na Recauchutagem Seiça, na Marinha Grande. Por essa data, o pai vendia carrasca que apanhava nos pinhais para a caldeira a vapor daquela empresa para a vulcanização dos pneus. Ali aprendeu o ofício e esteve 20 anos, até se mudar para a Recauchutagem 31, em Alcobaça, onde permaneceu sete anos. Pelo meio, perdeu o pai, que faleceu aos 65 anos. “Ele trabalhava comigo na Recauchutagem Seiça quando morreu, mas, antes disso, teve muitas profissões: foi resineiro, carvoeiro e vendedor de peixe. Fazia carvão, que vendia na Nazaré, onde comprava peixe para depois vender em Pataias e na Burinhosa”, recorda Augusto Macedo, que viveu naquela aldeia do norte do concelho de Alcobaça dos 2 aos 23 anos, quando se casou e se mudou para Pataias.

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Em 1979, decidiu abrir o seu próprio negócio de pneus em Pataias. Há 41 anos no mercado, a Pneugare começou junto à Avenida Rainha Santa Isabel, mas, dois anos depois da fundação, Augusto Matias aventurou-se na construção de instalações próprias onde hoje se situam, a meio caminho entre Pataias e Pataias-Gare.

Quando começou a trabalhar por conta própria, montou uma secção de vulcanização de pneus e, em simultâneo, dedicava-se às telas transportadoras que montava em empresas de vários setores, desde a pedra ao vidro.

“Trabalhávamos em Lisboa, Castelo Branco, Figueira da Foz e em toda a região”, recorda o empresário, que hoje tem 80 anos. “Era um trabalho muito duro e tínhamos de trabalhar aos domingos e feriados, que era quando essas empresas estavam fechadas e podíamos montar as estruturas”, conta o octogenário, que, depois de uma década a montar telas transportadoras foi aconselhado pelo médico a afastar-se dessa atividade, na sequência de um problema cardíaco.

Dedicou-se depois aos pneus novos, tendo montado depois a lavagem automática. “Hoje há muita concorrência e uma coisa que muito me admira: apesar de haver casas de pneus em Pataias, as pessoas de cá preferem ir a Alcobaça, Marinha Grande ou Leiria”, lamenta.
Para trás, na década de 1980, ficaram 11 anos de patrocínio da equipa de futsal que tinha o mesmo nome da empresa e que foi campeã distrital na época 1989/90. “Quando subimos à 1ª Divisão, desistimos porque era uma equipa de pessoas com os seus empregos e não jogavam de forma profissional”, explica o empresário.

A sucessão da Pneugare há muito que está garantida. Augusto Macedo já teve os três filhos a trabalhar consigo, mas apenas Nélio Macedo, o do meio, quis ficar no negócio dos pneus. É ele que mantém as portas abertas e é o único funcionário da casa. O pai reformou-se há 19 anos, mas mantém-se como “moço de recados”, como refere, com humor. Cabe a Augusto Macedo tratar de burocracias como a ida ao banco e é ele que transporta os clientes que precisem de ali deixar o carro.

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