Segunda-feira, Dezembro 23, 2024
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Hóquei: “Zé Manel” dos sete ofícios

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No HC Turquel poucos sabem quem é José Pedro, mas se perguntarem pelo “Zé Manel” não há ninguém que não o conheça. O turquelense é um símbolo do clube e há 42 anos que está ligado ao clube. Seja a tratar da parte mecância dos patins, a preparar os equipamentos dos jogadores ou até… a treinar.

No HC Turquel poucos sabem quem é José Pedro, mas se perguntarem pelo “Zé Manel” não há ninguém que não o conheça. O turquelense é um símbolo do clube e há 42 anos que está ligado ao clube. Seja a tratar da parte mecância dos patins, a preparar os equipamentos dos jogadores ou até… a treinar.

“Comecei a praticar hóquei quando ainda se jogava num rinque na rua, mas como não tinha muita habilidade acabei por arranjar uma alternativa para continuar ligado ao clube”, conta José Pedro ao REGIÃO DE CISTER, recordando que desde os 15 anos que “serve” os Brutos dos Queixos. Agora como mecânico, mas em tempos como treinador. “Liderei a equipa de infantis B ao título de campeão nacional em 1997/1998, mas sempre fui conhecido pelas gentes do clube por ser o responsável pela parte mecânica”, assevera.

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O turquelense é o responsável por afinar os patins, remendar algum problema técnico e assegurar que não falha nada para os jogadores patinarem. “Enquanto os misters dão a palestra vou certificando que cada jogador tem os patins prontos a serem utilizados”, garante “Zé Manel”, como é carinhosamente conhecido na aldeia do hóquei. Em dia de jogo o turquelense chega ao clube algumas horas antes dos jogadores e equipa técnica.

“Chego a ir de manhã para o pavilhão para certificar de que não há problemas nos patins, mas também para preparar os equipamentos de jogo”, explica, acrescentando que no clube faz “tudo aquilo que é necessário”.

Houve ocasiões em que, em jogos da formação, estava na bancada e foi chamado a intervir porque os patins de alguns atletas, do clube ou da equipa visitante, não estavam em condições. “Em poucos minutos tinha que ir à oficina, que fica numa das salas do pavilhão, resolver a questão”, conta.

Zé Manel senta-se no banco de suplentes em todos os jogos da equipa principal e nota que é um sítio algo ingrato para se estar durante o jogo. “O HC Turquel é o clube do meu coração e no banco não posso expressar-me com a intensidade com que o faria se estivesse na bancada”, sublinha, afirmando que apesar disso “é um orgulho estar perto dos atletas e festejar com eles as vitórias”.

Quando a equipa perde já é diferente. “Os jogadores já sabem que não vale a pena falarem muito comigo porque estou triste”, afirma, revelando que por vezes vai diretamente para casa. “Onde está o senhor Zé?”, perguntam os jogadores, a resposta é simples: “Foi para casa”, conta, sorrindo.

Se tratar da mecânica nao é suficiente, Zé Manel é também quem trata dos equipamentos dos jogadores. “Sei de cor os números dos jogadores, quantos pares de meias usam, que tipo de camisolas interiores ou calções térmicos utilizam…”, confidencia, entre risos. 

“É uma vida de dedicação ao clube e faço-o de coração”, considera o mecânico do clube, que já conheceu Angola, Inglaterra, Itália, França e Espanha por causa do hóquei. Certo é que o trabalhador do ramo da construção civil vai continuar a servir os brutos dos queixos, mesmo depois da reforma. “Enquanto conseguir contribuir de alguma forma, podem contar comigo”. Que venham mais uns quantos anos.

O primeiro jogo europeu relatado na rádio local

Há jogos que não se esquecem. Zé Manel já festejou várias subidas de divisão do clube, mas não esquece a vitória sobre os italianos do Viareggio (5-4, 1-0 nos penáltis) nos 16-avos da Taça CERS, a 20 de fevereiro de 1993, naquela que foi a estreia do clube em casa nas competições europeias. “Nessa época fazia também o relato dos jogos para uma rádio local e não me lembro de ver o pavilhão tão cheio como nesse dia. Foi algo surreal”,explica.

Para o futuro próximo, no entanto, gostaria ainda de ver o HC Turquel conquistar uma Taça de Portugal ou vencer o Benfica em jogos oficiais. “Foi a única equipa que nunca vencemos e gostaria bastante de presenciar esse momento”, afirma o turquelense, garantindo que o sonho nada tem a ver com o facto de ser sportinguista.  

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