Arlindo Susano era ainda adolescente quando começou a fazer “biscates” como eletricista. Anos mais tarde, decidiu arriscar num negócio próprio, que entretanto já entregou aos filhos. Mas, ainda hoje abre diariamente as portas da sua loja – Frialcoa – localizada no “coração” da cidade de Alcobaça para dar as boas-vindas a “quem vem por bem”.
Arlindo Susano era ainda adolescente quando começou a fazer “biscates” como eletricista. Anos mais tarde, decidiu arriscar num negócio próprio, que entretanto já entregou aos filhos. Mas, ainda hoje abre diariamente as portas da sua loja – Frialcoa – localizada no “coração” da cidade de Alcobaça para dar as boas-vindas a “quem vem por bem”.
Foi em 1976 que Arlindo Susano decidiu dar “um passo sozinho” e abrir o próprio negócio em Alcobaça, depois de ter adquirido “muita experiência e conhecimento ao longo dos anos” e alcançado “o nível 4 na especialização de eletricista”, recorda o empresário. “Acredito que tomei a decisão no momento certo porque a cidade não tinha, naquela época, muitos profissionais especializados. Foi uma oportunidade que agarrei com garra no momento correto”, sublinha.
A loja abriu portas para disponibilizar serviços de instalações elétricas, serviços de construção civil e comércio de artigos e peças do ramo. “Naquela época, pouca gente tinha televisão e após o 25 de Abril, o volume de negócio aumentou porque havia mais gente a pedir a instalação de televisões e até de frigoríficos, que eram considerados artigos de cidadãos burgueses”, conta.
A empresa chegou a empregar 12 funcionários, mas Arlindo Susano colocou de lado a expansão do negócio. “Não me arrependo de não ter expandido o negócio como tantos outros fizeram. Não podemos dar um passo maior que a perna e acredito que estou onde devia estar”, assegura.
Mas, ainda assim, o alcobacense soube aproveitar outras oportunidades e optou por alargar a oferta da empresa. “Por conveniência comercial passei a comercializar também produtos animais e até algumas espécies de peixes. Parecem negócios que não têm nada em comum, mas na vida nem tudo é linear”, graceja.
Depois de largos anos a gerir o negócio ao lado da mulher, o alcobacense decidiu entregar o legado aos filhos, que passaram grande parte da infância naquele espaço. “A minha filha gere agora a loja ao lado dedicada aos animais e o meu filho ficou com a parte da eletricidade. Em edifícios separados, mas a empresa continua apenas uma e unida”, nota.
Ainda assim, é o eletricista que todos os dias abre as portas da loja de utensílios elétricos e que atende a clientela, alguma com mais de 30 anos de amizade. “É uma forma de ajudar o meu filho que realiza vários trabalhos no exterior e de manter a cabeça ocupada. Não seria capaz de largar esta vida de um dia para o outro”, confessa. Enquanto houver saúde e clientes à procura de “um serviço de proximidade e de qualidade”, Arlindo Susano quer continuar de mangas arregaçadas entre os mais de 14 mil produtos que tem à disposição na sua “segunda casa”.