Um artigo de opinião publicado no quinzenário “O Alcoa” sobre os “livros maus” colocou o pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento de Alcobaça no centro de uma polémica nas redes sociais. Ao REGIÃO DE CISTER, o padre Ricardo Cristóvão desvaloriza as críticas e afirma “estar apenas a citar um santo”.
Um artigo de opinião publicado no quinzenário “O Alcoa” sobre os “livros maus” colocou o pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento de Alcobaça no centro de uma polémica nas redes sociais. Ao REGIÃO DE CISTER, o padre Ricardo Cristóvão desvaloriza as críticas e afirma “estar apenas a citar um santo”.
“Que piedade poderá ter um cristão que se ocupa com a leitura de romances ou novelas amorosas? (…) Causam um mal imenso: excitam a sensualidade, inflamam as paixões, que facilmente arrastam consigo a vontade ou, ao menos, a enfraquecem tanto que o demónio já encontra um coração preparado para uma queda desastrosa no abismo do pecado”, escreveu o pároco num espaço de opinião na última edição do jornal. “Se chegar às tuas mãos um tal livro, lança-o imediatamente no fogo”, lê-se ainda.
Perante tais afirmações, o pároco tem sido alvo de duras críticas nas redes sociais, acusado de promover o “ódio”, “o regresso da inquisição” e a “iliteracia”. O artigo de opinião foi inclusive partilhado no Instagram do humorista Nuno Markl. “Em 1997 era humor e caricatura. Em 2020, é uma crónica séria do pároco de Alcobaça, citando Santo Afonso Maria de Ligório – parecem soar frescas, no século XXI, que nem um Calippo de Verão”, apontou.
No entanto, o padre Ricardo Cristóvão esclarece que o artigo tem “como base uma citação do santo Afonso Maria de Ligório”. “Entendo que aqueles que não têm relação com a igreja sejam contra a opinião de um santo, mas creio que todos temos a capacidade de adaptar a mensagem aos dias de hoje”, argumenta. “Não estou a incentivar queimadas com livros. Apenas recordo essa prática do passado e uso-a como metáfora para o que devemos fazer atualmente, isto é, colocar esses livros de lado”, acrescenta, revelando que não tem por hábito “acompanhar discussões nas redes sociais”.