Dárcio Henriques arrisca-se a ter uma estrela Michelin em seu nome pelo trabalho no restaurante do luxuoso hotel The Lanesborough, em Londres.
Dárcio Henriques arrisca-se a ter uma estrela Michelin em seu nome pelo trabalho no restaurante do luxuoso hotel The Lanesborough, em Londres.
O chef da Mélvoa, União de Freguesias de Pataias e Martingança, que lidera aquela cozinha depois da saída do chefe executivo, ficará a saber no próximo mês se repete o feito de anos anteriores e leva novamente o restaurante à estrela do centenário Guia Michelin. “Se ganhar a estrela irá ter o meu nome”, resume Dárcio Henriques.
Formado na Escola Profissional de Leiria, o melvoense procurou sempre evoluir na carreira. Essa ambição levou-o a emigrar, pela primeira vez, em 2013. Desde então, Dárcio Henriques já experimentou cozinhar em Paris, Shangai e Londres, onde vive atualmente com a mulher, Liliana Pedroso, da Maceira.
Terminou o curso em 2004 e trabalhou, até 2013, num restaurante na Batalha. Nessa experiência, foi percebendo que lhe faltavam os temperos do mundo e novos horizontes para os experimentar. O casal inscreveu-se num curso de inglês, “com o objetivo de partir para Londres”. Porém, umas férias em Paris alteraram o rumo da história. “Gostámos tanto que decidimos experimentar aquela cidade”, conta o chef, que foi para a capital francesa inicialmente sem Liliana, que à data era professora de cozinha no restaurante da EPL.
Diz de si que é um “português pelo mundo” e nem a aventura de viver na China, “onde 90% das aplicações de telemóvel não funcionam”, o demoveu de querer experimentar outras culturas, sempre com os olhos postos num lugar com estrela Michelin.
O casal foi desafiado a abrir o primeiro restaurante português em Shangai, mas a decisão não foi fácil. Estava em causa “uma cidade com quase 25 milhões de habitantes e do outro lado do mundo”. Depararam-se com cultura e língua diferentes, mas a maior barreira foi na cozinha, com a falta de ingredientes. A experiência na China durou um ano e meio e o casal resolveu regressar à Europa, desta vez retomando os planos iniciais de viver em Londres.
Na cidade que tem o metro mais antigo do mundo, Dárcio Henriques elogia as oportunidades de trabalho e a progressão na carreira que Londres possibilita. Na lista de coisas menos boas está “a falta de sol e o preço da habitação”, mas a surpresa para o melvoense “foi a boa aceitação e integração de várias culturas” na cidade.
Uma coisa é certa, “a aventura ainda não terminou”, garante Dárcio Henriques, que soma já três passagens por restaurantes com estrelas Michelin, em Paris, Shanghai e agora Londres.