O prolongamento da situação pandémica durante o próximo ano de 2021 poderá provocar falências em massa em dois terços do tecido empresarial do setor do turismo.
O prolongamento da situação pandémica durante o próximo ano de 2021 poderá provocar falências em massa em dois terços do tecido empresarial do setor do turismo.
A previsão é da Associação Empresarial do Oeste (AIRO), que anunciou as conclusões depois de ter realizado um questionário a empresas do setor entre os passados dias 16 e 29 de novembro.
No concelho da Nazaré, 76% dos empresários inquiridos considera que as suas empresas não são sustentáveis financeiramente, enquanto no concelho de Alcobaça a mesma resposta foi dada por 73% dos empresários do turismo.
Das empresas de alojamento turístico questionadas em toda a região Oeste, 41% registou uma diminuição superior a 70% da sua taxa de ocupação, enquanto 47% registou uma diminuição do volume de negócios superior aos 70%.Por outro lado, a afluência de clientes internacionais diminuiu em 99% das empresas inquiridas.
“Muitas empresas já não têm qualquer liquidez de tesouraria”, constata o secretário-geral da AIRO. Sérgio Félix explica que a situação é “ainda mais grave” no seio dos restaurantes de pequena dimensão e das unidades de alojamento local.
“Mesmo havendo recuperação no próximo ano, estes empresários não podem aumentar o número de mesas ou de quartos e até abril e maio ninguém vai faturar nada de especial”, explica, lembrando que as empresas tiveram de suportar 30% dos custos de layoff dos funcionários enquanto não tinham qualquer receita.
Os dados relativos ao número de desempregados espelham as dificuldades que se vivem no setor do turismo.
Segundo as estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e analisando o município da Nazaré, onde o peso do turismo é mais significativo, registou-se um aumento do número de desempregados na ordem dos 42,7% quando comparados os dados de agosto de 2019 e agosto de 2020.