Se há momento em que somos chamados a reflectir sobre a nossa responsabilidade social e sobre a responsabilidade que delegamos naqueles que nos representam é o das eleições autárquicas.
A nossa vida está intimamente ligada ao lugar onde vivemos ou trabalhamos. E embora todos saibamos que é importante viver num planeta saudável e num país bem governado, nada nos afecta com tanta proximidade como as decisões que definem o pavimento da nossa rua, a intensidade da iluminação pública ou a qualidade da água que bebemos. Sendo certo que o estado das finanças públicas é importante e que a estratégia nacional em termos de saúde, cultura, trabalho ou segurança social nos deve envolver, nada é tão determinante para a nossa qualidade de vida quotidiana quanto o futuro da nossa terra e este depende, em boa parte, da capacidade de mobilizar a criatividade, o empreendedorismo e a inteligência da comunidade.
Felizmente a nossa terra é um lugar vibrante onde não falta nenhum dos condimentos essenciais para podermos olhar o futuro com optimismo: temos uma juventude enérgica e a mais bem formada geração de sempre, temos escolas e centros de saber, temos indústrias que são exemplo de tecnologia e inovação, explorações agrícolas e pecuárias que aliam o saber tradicional à capacidade de produção moderna e eficaz. Temos, na maioria dos casos, boas acessibilidades e um território dotado das necessárias intraestruturas, desde o saneamento básico à energia. Temos património que pode e deve ser valorizado, temos o sol e o mar. Temos a serra e os rios e as lagoas e a fauna e a flora e uma herança que devemos acrescentar.
Temos artistas, cozinheiros, mestres, engenheiros. Temos professores, economistas, amadores e artesãos. Temos empresários e gestores. Temos velhos e gente crescida, crianças e uma multidão à espera de quem, com bondade e imaginação saiba extrair desta terra o seu melhor e o melhor de cada um de nós.