Quinta-feira, Março 27, 2025
Quinta-feira, Março 27, 2025

Algumas notas, no começo de um novo ciclo

Data:

Partilhar artigo:

Porque a “sabedoria” não pode ser etérea, mas tem de se confrontar coma realidade, hoje proponho-vos algumas notas de reflexão sobre o assunto que mais nos tocou no tempo mais recente: os resultados eleitorais: 

1. As coisas nunca são a preto e branco – porque a realidade é, naturalmente, policroma. Porém, a preto bem negro, devem ficar as empresas de sondagens, na medida em que nos levaram a considerar cenários que nunca, com verdade, pelos vistos, se puseram. Ou, se se  puseram, foi por metodologias erradas, perigosamente erradas. Ainda bem que estas empresas são privadas. Imaginem o que seria, agora, se as projeções tivessem sido da responsabilidade do INE, por exemplo: já teria havido um “Polígrafo” a decretar não válidos os resultados das eleições: porque sim e porque não. Seja como for, as péssimas sondagens apresentadas condicionaram muitas pessoas, a começar por mim. Na verdade, se tivessem sido mais fiáveis, eu próprio, certamente, teria votado de modo diverso. 

2. As agências de notação – entidades que, por serem predadoras de topo, não aprecio, mesmo quando convergem com as minhas expetativas – já se apressaram a dar nota, através de Moody´s, do seu agrado por uma solução mais estável, sem “geringonça”. Dentro da lógica de entidades que apenas querem ganhar dinheiro, esta indicação faz sentido – mesmo que discordemos, como eu discordo. Na verdade, um estado de governação que se manteve porque sim e que caiu porque não, sem haver alterações  substantivas nos valores em jogo, não pode ser entendido como credível para os “donos da  massa”. Ora, tanto o BE como a CDU parecem não ter ainda percebido que boas intenções sem dinheiro que as sustentem são devaneios. Na verdade, os partidos políticos, por não serem bancos emissores, têm de calibrar os seus desejos com a dura realidade – que é “capitalista”, como se sabe. Mesmo na “comunista” China. 

Região de Cister - Assine Já!

3. Seja como for, uma votação, com esta dimensão e clareza, não pode ser indiferente. E por isso, sinceramente, preocupa-me o CDS, um dos partidos fundadores do nosso sistema parlamentar e que foi varrido literalmente para a irrelevância. Isto mostra que nem sempre os “jovens turcos” têm razão, sobretudo quando dispensam a cultura institucional em que  se movimentam. Recordar o José Ribeiro e Castro, um “rapaz para a minha idade”, com uma bandeira triste ao ombro, é uma das imagens mais deprimentes que guardo desta  campanha. Desejo rápidas melhoras.

 

AD Footer

Primeira Página

Artigos Relacionados

Nazaré recomenda ao Governo intervenção no molhe norte

O executivo camarário da Nazaré aprovou, na passada segunda-feira, uma recomendação ao Governo que intervenha no molhe norte...

Região figura no top 10 distrital na reciclagem

Os concelhos de Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós foram os 5.º, 7.º e 9.º municípios do distrito,...

Património local (r)elevado na Assembleia da República

O repto de levar o melhor de Alcobaça à Assembleia da República tinha sido lançado pelo presidente do...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!