Quarta-feira, Novembro 13, 2024
Quarta-feira, Novembro 13, 2024

Amor de mãe replicado num café com mais de meio século

Data:

Partilhar artigo:

Estamos no Casal da Ponte. O Café da Anita é um referência na localidade da freguesia de Alfeizerão. Afinal, são mais de 50 anos de “portas abertas”.

A história deste negócio familiar que passou de geração em geração começou em 1953. A 28 de janeiro desse ano, Carminda Carreira abriu um espaço que servia de taberna e mercearia. Era um dos pontos de encontro daquela comunidade, não só para as pessoas “beberem o seu copinho”, como também para “aviarem as compras para casa”.

Quase duas décadas depois, a 17 de novembro de 1971, a ideia passou por transformar o local que, dessa forma, passou a ser um café.

Região de Cister - Assine já!

Quem conta a história, hoje, é Ana Amaro, que herdou o negócio depois do falecimento da mãe, em 2001. Mas antes disso, ainda menina, já ajudava a progenitora.

“Queria estudar, mas como a minha mãe tinha fazendas, tinha de ficar a ajudar a minha avó no café. Depois disso, com o passar do tempo, acabei por tomar o gosto ao negócio e aqui fui fazendo a minha vida”, conta Ana Amaro.

O café continua a ser o seu sustento. Mas, acima disso, está também o reconhecimento que sente prestar pelo facto de dar seguimento ao negócio familiar. “Sem dúvida nenhuma. Tenho consciência de que, hoje em dia, é cada vez mais raro vermos negócios passarem de geração em geração, e o facto de ter dado sequência à ideia colocada em prática pela minha mãe enche-me de orgulho, não escondo”, confessou a empresária.

E ter um café aberto há tantos anos, ainda para mais numa localidade relativamente pequena, é sinónimo de… conhecer toda a gente. O que faz com que a relação com os clientes seja quase sempre “substituída” pelas relações de amizade. “É verdade. Nasci aqui, mesmo no Casal da Ponte, e isso faz com que conheça praticamente toda a gente. Assim como as pessoas a mim, naturalmente. Dessa forma, temos no café um ambiente quase familiar, onde há sempre motivo de conversa, independentemente do tema. É muito reconfortante”, assume Ana Amaro, que conta 60 anos de idade.

E o futuro do estabelecimento comercial, como será? Os filhos quererão manter a tradição familiar? A resposta surge pela voz de uma mãe… esperançosa. “Talvez o Rúben. Tem 32 anos, é engenheiro informático e está, atualmente, a trabalhar na Polónia. Talvez um dia, quando decidir regressar a Portugal, possa vir tomar conta do café. Ele gosta… Já a minha filha, Carla, de 29 anos, está indecisa. Também gosta, mas ainda não sabe se poderá ser o negócio indicado para o seu futuro”, sublinha… Anita. Que é, de resto, o nome (e o rosto) do café, onde o “amor de mãe” tem perdurado.

AD Footer

Artigos Relacionados

Andebol: Nazarena Ana Carolina Silva faz história no andebol da região

Um momento único na carreira e para escrever na história da região: Ana Carolina Silva (CB La Calzada,...

Que temos nós a ver com isto?

Não pesou a vida da comunidade ou do país, não pesou a relação com o mundo ou com...

Assembleia Municipal da Nazaré aprova nova repartição de encargos do Funicular da Pederneira

A Assembleia Municipal da Nazaré aprovou em sessão extraordinária, a alteração da redistribuição financeira do projeto do funicular...

Livro retrata vida de uma aldeia entre as décadas de 40 e 70

A história de “Uma aldeia portuguesa”, de António Gonçalves, retrata a vida de uma aldeia do centro litoral...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!