A reunião pública da Câmara de Alcobaça, realizada na passada segunda-feira, ficou marcada por um momento de alguma tensão, na sequência de uma crítica feita à vereadora da Cultura pelos vereadores do PS, no passado dia 8, através de um comunicado intitulado “Alcobaça, que futuro?”.
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Na nota pública, assinada por António José Henriques, Carlos Guerra e Liliana Vitorino, podia ler-se que “o presidente e a restante equipa do executivo liderado por Hermínio Rodrigues (PSD) começam a ficar sem condições para gerir os destinos do município”.
No mesmo documento, consta também uma acusação feroz a Inês Silva: “O executivo PSD decidiu retirar, na última revisão orçamental, um milhão de euros destinado a investimento em saúde, projetos de desenvolvimento das freguesias e outras obras “para gastarem em festas, festinhas e festarolas”. “É o descontrolo total! Factos que levam a crer que o presidente Hermínio Rodrigues parece não conseguir controlar o vício despesista da senhora vereadora da Cultura”.
Perante o exposto, Hermínio Rodrigues aproveitou o início da sessão para sair em defesa de Inês Silva. O chefe do executivo municipal defendeu a vice-presidente – ausente da reunião por se encontrar na Argentina a representar o Município numa feira setorial – e exigiu um pedido de desculpas aos vereadores socialistas.
“Há que estranhar tal afirmação, tendo em conta que os senhores vereadores do PS não votaram contra a referida alteração orçamental. Por outro lado, a afirmação atribuída a estes não pode deixar de ser qualificada como um inadmissível ataque pessoal à honra e ao caráter da vereadora da Cultura. Pelo que se exige, desde já, um pedido de desculpas formal por parte de quem proferiu tal afirmação”, referiu o social-democrata. “Mais se exige que sejam apresentadas evidências concretas do alegado vício despesista da pessoa em causa”, ripostou Hermínio Rodrigues.
Para o presidente da Câmara de Alcobaça, as palavras vício despesista são “muito fortes”, garantindo ainda que “não é isso que se passa, não é esse o bem-estar que se pretende desde a primeira hora”.
O vereador Carlos Guerra tomou a palavra para reforçar as críticas. “As alterações são da sua competência e, como tal, não houve qualquer votação. (…) Foram retirados, naquela alteração orçamental, 200 mil euros do Centro de Saúde de Évora de Alcobaça, 200 mil euros do Centro de Saúde de Aljubarrota, 500 mil euros do projeto Mobilidade Suave entre Alcobaça e Nazaré, 200 mil euros do Mercado de Alcobaça, 200 mil euros dos rios Alcoa e Baça”, lembrou o socialista. Sobre o assunto em causa, o primeiro eleito pelo PS no executivo municipal disse “não retirar nem uma vírgula”.