Espanha, França, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Itália, Estados Unidos da América, Canadá e África do Sul são os países de origem dos alunos que frequentam as aulas de português da Universidade Sénior de Pataias (USP). Se a estas nove nacionalidades juntarmos os alunos oriundos do Brasil e os portugueses, que representam a maioria, são 11 os países de origem dos alunos daquela instituição.
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No total, há 24 estrangeiros, um número que foi crescendo desde que a disciplina de português foi criada, no ano letivo de 2019/2020. São alunos que residem na região, nomeadamente em Pataias, Martingança, Burinhosa, Mélvoa, Pedra do Ouro, Montes, Alpedriz, Ribeiro Seco, Fanhais, Nazaré e Garcia e na Marinha Grande.
“Para viver e prosperar, uma pessoa precisa de ser capaz de comunicar com outros”, atira Craig Rahanian, do Canadá. Aprender português é fundamental para ele e para a sua mulher, Lorna, também aluna da USP. Residem em Alpedriz e já sabiam que era ali que queriam viver muito antes de se mudarem para Portugal. “Depois de visitar a minha filha e sua família, sabia que era aqui que queria viver quando me reformasse”, explica o canadiano, que adora a região pelos “muitos sítios para ver e explorar”, bem como “pelo clima quente e as praias bonitas”.
Para Gary Brohart, do Reino Unido, “é importante aprender português para entender o que está escrito e o que me é dito e também para que os outros me possam entender”.
Anna-Maria Lavos vive na Marinha Grande, para onde se mudou quando abandonou o seu país natal, África do Sul. A insegurança que experienciou naquele país foi o principal motivo para ela e o marido emigrarem. A família do cônjuge já vivia na Marinha Grande quando os dois se reformaram, o que foi um fator decisivo na escolha pela zona. “Portugal tem a sua boa comida, vinho e gente simpática”, avalia Anna-Maria.
Para a sul-africana, “as praias da costa de prata são lindas, não tão quentes como no Algarve e não tão frias como no Norte”. Pataias é, para a aluna, “uma vila encantadora, com ruas limpas, muitas lojas e a feira ao domingo”. A proximidade com a Nazaré e as piscinas municipais são outros dos aspetos destacados por Anna-Maria.
Aprender português é um verdadeiro desafio. “É uma língua muito difícil de aprender e de escrever”, considera a sul-africana, que não se cansa de elogiar o trabalho desenvolvido pelas professoras, voluntárias, que ministram as aulas na Universidade Sénior de Pataias.
Sílvia Coimbra é uma das duas professoras de português para estrangeiros. As suas aulas, para fluentes de francês, são as mais concorridas, já que a maior parte dos alunos estrangeiros são francófonos, oriundos de França ou da Bélgica.
“É uma língua difícil e eles treinam muito pouco”, analisa a professora de Pataias, que ensina português na USP há quatro anos, desde que existe a disciplina. A docente crê que os maiores obstáculos se prendem com a compreensão da língua. “Já na integração, não sentem quaisquer dificuldades”, avalia também Sílvia Coimbra, que nota uma “crescente evolução” no número de alunos que todos os anos tem na sala de aula.