Sexta-feira, Maio 9, 2025
Sexta-feira, Maio 9, 2025

A banca, os grandes e nós, os pequenos

Data:

Partilhar artigo:

Há dias, noticiava determinado órgão da comunicação social que “a crise faz aumentar o número de alunos que dependem do Estado”. Fontes análogas dizem também que as grandes empresas, sobretudo da área da energia, da banca e da distribuição alimentar, batem recordes de lucros. 

Embora por pouco tempo, estive ligado à distribuição alimentar. Então, por volta de 1980, havia uma política de preços que previa margens de lucro máximas. E, como a inflação se expressava em dois dígitos, para poder acompanhar a marcha dos preços, era necessário ter uma fatura atualizada que sustentasse a venda a determinado valor. Mesmo assim, o mercado parecia funcionar e os mais aptos conseguiam ganhar muito dinheiro. Porém, hoje, em que assistimos a um parente triunfo do neoliberalismo, tocar no dogma do “Mercado” parece ser o novo sacrilégio das democracias ocidentais.

Mas há mais “tesourinhos deprimentes”: 

Região de Cister - Assine Já!
  1. Na UE, são os bancos portugueses os que mais cobram pelos empréstimos à habitação. Enquanto isso, em 2022, cerca de 8000 habitações foram penhoradas por dívidas. À banca, claro – que parece não ter tido problemas em as vender.
  2. Ao mesmo tempo, o meu banco de há muitos anos – o BPI – decidiu abandonar Alcobaça, deixando centenas ou milhares de alcobacenses na necessidade de se deslocarem à Nazaré ou à Benedita para tratarem de assuntos que não podem ser tratados de outro modo (ainda recentemente me aconteceu!). Creio que não foi com este banco que contratualizei uma série de negócios: era português, tinha balcão em Alcobaça, com pessoas que nos habituamos a conhecer e a gostar… Hoje, é espanhol (do mal, o menos: já sabemos que o capital não tem pátria) e não está em Alcobaça. Penso que seria matéria suficiente para que os alcobacenses virassem as costas ao “Caixabank” – não por ser espanhol / catalão, mas por ser desrespeitoso par connosco.
  3. O Banco Alimentar Contra a Fome recolheu, em 2000 mil superfícies comerciais, cerca de 1700 toneladas de alimentos, enquanto, por dia, há mais de cerca de 30 pessoas a pedir ajuda. É, sem dúvida, uma boa causa à qual nunca me consigo furtar. Porém…qual o papel das superfícies comerciais? Não deveriam comparticipar com parte do lucro ganho nesta campanha? É que, desta maneira, a solidariedade de quem pouco tem muito jeito dá ao negócio das grandes superfícies. E não é justo.
AD Footer

Artigos Relacionados

Hóquei: Eborense Sandra Coelho conquista Mundial de clubes

Sandra Coelho sagrou-se campeã do mundo de clubes, este domingo, depois de ter ajudado as espanholas do Vila...

Ténis: Veteranos de todo o País destacaram-se no regresso de torneio ao CT Alcobaça

Filipe Sustelo (Clube Ténis de Setúbal), Dominika Goreka (Lisboa RC) e a dupla Patrícia Couto (CTP Brandão)/Catarina Ferreira...

Homem detido por tentativa de homicídio em Pataias

Um homem, de 30 anos, foi detido pela Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria,...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!