Há cinco anos, a vida do jovem Leandro Araújo, de Aljubarrota, mudou para sempre, quando um acidente de automóvel quase lhe ceifou a vida. Esteve em coma vegetativo, sem perspetivas clínicas de qualquer evolução, mas a força de viver contrariou tudo e todos. Está atualmente no Porto, na Clínica de Reabilitação Luso-Cubana de Neurologia, a fazer ciclos de tratamento. Os progressos são animadores.
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Leandro tinha completado 22 anos a 25 de setembro de 2018, mas, como era terça-feira, decidiu celebrar o aniversário na sexta-feira, quando decorriam as Festas de São Miguel, no Juncal. Foi com um grupo de amigos e deixou o carro em Aljubarrota.
No regresso, já não foi com os amigos, que entretanto se tinham ido embora, e acabou por arranjar boleia com outra pessoa. Leandro ia no banco de trás. Na viagem para Aljubarrota, o veículo entrou em despiste, tendo colidido com um poste de alta tensão.
“O Leandro foi o que mais sofreu porque ia atrás e foi projetado alguns metros”, conta Nídea Araújo, mãe do jovem. “Foi dado como morto”, recorda. Foi reanimado no local, a situação foi revertida e o ferido grave foi transportado para o Hospital da Universidade de Coimbra.
Esteve quatro meses em coma profundo, até que ficou em coma vegetativo, já em Leiria, onde teve de aguardar alguns meses até ter vaga no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro-Rovisco Pais, na Tocha, Cantanhede. Leandro apresentava alguns movimentos e, após estudos naquela unidade de saúde que concluíram que se tratava de movimentos involuntários, não restaram muitas alternativas: ou ia para um lar com cuidados continuados ou para casa. A família não pensou duas vezes. “Fizemos obras para o poder receber”, conta a mãe. Em julho de 2019, Leandro regressou a casa, onde passou a receber terapias para não degradar o seu estado. Assim esteve quase três anos.
No ano passado, casualmente, a mãe conheceu, através de um programa de televisão, a história de um caso em tudo semelhante ao do filho e que estava a ter progressos na clínica do Porto. Reuniu todos os exames e informação médica, contactou a unidade, que se disponibilizou a enviar uma equipa de avaliação a Aljubarrota. “Concluíram que ele estava mais desperto e que havia possibilidade de recuperar”, conta Nídea Araújo, que elogia as condições da clínica, onde há alojamento para os pais e mães como ela. A família é, aliás, peça fundamental na recuperação. Cabe a Nídea alimentar o filho e levá-lo ao ginásio e às mais variadas terapias.
Desde outubro último no Porto, o jovem já foi submetido a sete ciclos de tratamento. Por mês, a família precisa de cerca de 8 mil euros e ainda não recebeu qualquer compensação do acidente. O condutor não tinha seguro ou inspeção e o Fundo de Garantia Automóvel ainda não libertou qualquer quantia.
Para prosseguir os tratamentos e não regredir nos progressos já alcançados, está a ser preparado um almoço festivo no salão dos Casais de Santa Teresa, no próximo dia 14 de outubro. A tarde será de animação, com vários grupos musicais.
A par do almoço convívio, que já tem cerca de 500 inscrições, vários espaços comerciais por todo o País têm mealheiros de angariação de fundos para ajudar o jovem de Aljubarrota.