O funicular que vai ligar Praia e Pederneira deverá ser uma realidade no verão de 2025, estima o presidente da Câmara da Nazaré, que anunciou, esta segunda-feira, a abertura do concurso público para o próximo mês de janeiro. A informação foi veiculada por Walter Chicharro no âmbito da assinatura do contrato de investimento com a entidade que em Portugal é responsável pela gestão do Plano de Recuperação e Resiliência.
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O contrato, no valor de 10 milhões de euros, foi selado pelo autarca e pelo presidente da Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”, Fernando Alfaiate.
A obra, que recebeu luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, tem um prazo de execução de 18 meses, mas o presidente da Câmara não esconde o otimismo e está confiante de que o funicular será uma realidade antes da data prevista no contrato, que estipula a conclusão do equipamento em março de 2026. “É um objetivo ambicioso, mas na Nazaré não sabemos ser de outra maneira”, enalteceu Walter Chicharro.
O presidente da Câmara, que considera o funicular da Pederneira uma “obra estruturante ao nível do Porto de Abrigo”, referiu-se ao projeto como “sonho que deu muito trabalho”. A necessidade de melhorar a ligação entre a Pederneira, berço da Nazaré, e a Praia foi, desde logo, assumida pelo executivo.
“Falamos de uma população envelhecida que precisa da acessibilidade aos serviços melhorada”, resumiu o socialista, dando como exemplo a necessidade de aceder ao terminal rodoviário, à marginal, ao centro de saúde, à biblioteca, à Câmara ou ao mercado municipal.
O transporte é entendido como “um elemento fundamental do eixo da mobilidade sustentável” e visto como uma alternativa à utilização de viatura particular. O projeto prevê a construção de um edifício de quatro pisos, do qual sairá um mecanismo por cabo, com capacidade para 40 passageiros por viagem, o que significa o transporte de 300 pessoas por hora, em cada sentido, de acordo com as contas do município.
“A marca que irá deixar no território é enorme”, sublinhou Walter Chicharro, que ambiciona que a Nazaré possa ser a “primeira vila carbono zero em 2030”.
“Este contrato não é o primeiro, mas está no pódio dos primeiros”, garantiu Fernando Alfaiate, que explicou que a Estrutura de Missão “Recuperar Portugal” é responsável por informar a Comissão Europeia quanto ao progresso dos projetos financiados. “Este tem uma vantagem considerável em termos ambientais”, elogiou o dirigente.
O projeto “está incluído na meta [41% dos investimentos do PRR terão que ser de aposta na descarbonização], sendo um contributo para o objetivo climático”, ao ser um transporte com zero emissões de carbono, o que levou a que fosse incluindo no Programa RePower, que compõe o PRR português, explicou ainda Fernando Alfaiate.