As Juntas de Freguesia que durante o período da pandemia de Covid-19 tiveram despesas com as suas comunidades vão agora ser ressarcidas pelo Governo, no âmbito do Regulamento do Programa Apoiar Freguesias (RPAF), que definiu as condições, regras e período temporal para financiamento das despesas públicas de emergência realizadas pelas freguesias das regiões autónomas para conter e limitar a pandemia.
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Nesse sentido, e no que concerne à chamada região de Cister, foram oito as freguesias contempladas com apoios por parte do Estado.
Quatro delas pertencem ao concelho de Alcobaça (União de Freguesias de Pataias e Martingança, Benedita, Évora de Alcobaça e São Martinho do Porto), a que se juntam três de Porto de Mós (União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, Juncal e Mira de Aire) e uma da Nazaré (Famalicão).
No que diz respeito às verbas atribuídas a cada uma delas [ver quadro], destaque para a União de Freguesias de Pataias e Martingança (UFPM) que, das oito já referidas, foi aquela que maior verba recebeu: 19.072 euros.
Durante a pandemia, a UFPM levou a cabo várias ações para salvaguardar as necessidades da comunidade, num momento particularmente difícil para a sociedade.
“Foi formada uma equipa e eu fui apenas um dos colaboradores. Durante a pandemia, fizemos contactos com várias instituições da freguesia e todas elas aderiram para conseguiremos levar às pessoas os bens essenciais, tais como medicamentos e alimentos”, explicou Pedro Gonçalves, funcionário da Junta nas Piscinas de Pataias.
O funcionário recorda aqueles tempos difíceis. “As pessoas ligavam-nos a dizer o que necessitavam e nós iámos fazer as compras e levá-las em segurança até às suas casas”, explica.
Durante um período de cerca de um ano, a União de Freguesias de Pataias e Martingança terá “ajudado largas centenas de fregueses”, sendo que, no início, os pedidos eram “maioritariamente feitos por idosos”, mas, com o passar do tempo. “estenderam-se a outras franjas de idade”.
Agora, quase três anos depois, aquele colaborador do executivo liderado por Valter Ribeiro (PSD) não esconde que viveu “uma das mais fantásticas experiências de vida”, sendo que, em muitos momentos, além dos bens essenciais, era também necessário “levar paz de espírito e conforto às pessoas, com mensagens de esperança”.
“Recordo o caso de uma idosa, em Alpedriz, que me pediu para levá-la pelo braço em redor da sua casa só para poder… sair à rua”, concluiu Pedro Gonçalves.