João Henriques não consegue precisar, mas pode “garantir que já foi há mais de século” que o talho “Paulo” abriu em São Martinho do Porto. O espaço comercial, situado em São Martinho do Porto, é uma referência na vila, desde logo devido à antiguidade e depois porque mantém intacta a qualidade dos produtos que ali podem ser adquiridos.
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O proprietário, de 55 anos, é natural da Lourinhã, mas reside na Tornada. E este ramo de negócio foi sempre a sua vida: “Trabalho nesta área desde os 13 anos. Claro que gosto bastante. Afinal, já lá vão mais de quatro décadas.”
Alguns anos depois de estar por contra de outrem, João Henriques decidiu passar a explorar o seu próprio negócio. Foi então que, em 2008, passou a ser o proprietário do Talho “Paulo”, em São Martinho do Porto. Agora, 15 anos depois, e instado a fazer um balanço sobre este passo, a resposta estava… na ponta da língua: “Foi uma aposta certa, sem dúvida nenhuma. As coisas têm corrido bem, felizmente.”
O facto de o talho estar situado numa estância balnear faz com que a clientela apareça em (muito) maior número na altura do verão.
“Naturalmente que é uma época de imenso trabalho e na qual temos mais clientes. Nesse período, além dos nativos de São Martinho do Porto que agora residem noutros locais e que vêm cá passar uns dias, também temos os emigrantes, que escolhem a vila para gozarem os seus períodos de férias. Nota-se, de facto, uma enchente”, analisa João Henriques.
No entanto, e apesar dessa especificidade sazonal, o espaço comercial está aberto durante todo ano. Sendo que, nas outras estações, há “clientes fiéis”.
E qual é o segredo para cativar a clientela, questionámos? Também aqui a resposta foi pronta. Tão pronta quanto humilde: “Fazemos questão de manter uma relação próxima com os clientes. Alguns deles já vêm cá desde que abrimos. Além disso, claro que gostam da nossa carne e dos outros produtos que temos aqui à disposição.”
Mas como uma casa deste género não pode ter apenas uma pessoa atrás do balcão, eis que “entra em cena” Ricardo Henriques. O filho. Que faz questão de ser o braço direito do progenitor. “Desde que o talho abriu que ajudei sempre o meu pai, mas passei a estar aqui a tempo inteiro há cerca de 5 anos”, conta o jovem, de 28 anos, residente nas Caldas da Rainha.
E a juventude permite ir melhorando o processo e estar sempre mais próximo da atualidade: “Gosto do ramo, claro, e gosto muito de tratar bem a carne. Para isso, estou sempre na internet a tentar aprender a forma de aperfeiçoar os cortes. Julgo que isso é o complemento perfeito à qualidade da carne e faz toda a diferença junto dos nossos clientes.”
No momento em que pega em mais uma peça de carne de vaca – “a mais vendida” -, Ricardo Henriques deixa a garantia: “Vou continuar a fazer vida disto. Quando o meu pai for para a reforma, vou manter o talho aberto”, garantiu.
Está garantida a sucessão.