A gestão de efluentes pecuários tem sido um dos principais focos da Fiel, que procura, juntamente com parceiros internacionais, desenvolver equipamentos que permitam transformar a problemática dos dejetos das explorações em recursos úteis. A empresa sediada em Moleanos (freguesia de Aljubarrota) aposta ainda nas áreas da construção e na serralharia de precisão e vê nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) um desafio para o futuro.
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“Os efluentes pecuários são um problema da suinicultura em Portugal e nós queremos mudar o panorama”, começa por referir o cogerente da Fiel. “Os excrementos dos animais são uma fonte muito rica para fertilizar os solos, se forem devidamente separados, tratados e higienizados”, explica Pedro Penas. Neste sentido, a empresa tem introduzido no País equipamentos de separação e de tratamento de resíduos. A aposta feita há cerca de dois anos no departamento do ambiente está agora a dar frutos, mas a empresa pretende elevar a fasquia, estando neste momento com um projeto piloto inovador. “Consiste num túnel de evaporação, em que, previamente, o efluente é acidificado para reduzir as emissões dos GEE, preservando os nutrientes, depois será encaminhado para uma estufa, que aquece através da incidência solar, evaporando a parte líquida e deixando a parte sólida, que pode ser aproveitada para a agricultura”, explica o beneditense, que realça o facto do projeto estar cientificamente validado por universidades portuguesas e espanholas.
A Fiel atua no setor da agropecuária, sendo uma empresa de construção “chave na mão”. Assim, a entidade assegura todas as fases de uma empreitada, como a parte do licenciamento, o projeto, as edificações, as coberturas, a pavimentação, a eletricidade, a canalização e a instalação dos equipamentos, trabalhando muito com “outsourcing”. A maior procura de alguns serviços forçou a Fiel a “abrir outros horizontes” e a apostar em áreas como a serralharia de precisão e a construção. “Investimos em quatro CNC que nos permitem acelerar o processo produtivo, tornando a vertente da oficina mais eficiente”, explica Pedro Penas. Relativamente ao setor da construção, a empresa abriu há cerca de 3 anos, na Benedita, um estaleiro para venda de materiais.
Atualmente, a exportação ainda é pouco representativa no volume de negócios da Fiel, mas a empresa pretende explorar o mercado dos PALOP, com maior incidência na Angola. “É um país que produz cerca de 10% das suas necessidades e, por isso, há espaço para crescer. Queremos estabelecer boas parcerias para estendermos para lá os nossos serviços”, justifica o cogerente.
A Fiel tem 48 colaboradores e posicionou-se no 65.º lugar do ranking das 250 Maiores empresas dos concelhos de Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós, com um volume de negócios que se cifrou, em 2022, nos 6,5 milhões de euros. 2024 será um ano de “organização e definição de rumos e estratégias”, em que a empresa pretende “aumentar a faturação em cerca de 15%”.