A pintura manual em faiança é “a grande especialidade” da MB Ceramics, empresa sediada na freguesia de Pedreiras que é também caracterizada pela particularidade de ter apenas mulheres nos quadros. O crescimento do negócio tem sido “muito positivo” e o aumento do volume de trabalho vai “obrigar” à mudança de infraestruturas.
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Criada em 2016, foi no período da Covid-19 que a MB Ceramics teve um desenvolvimento maior, fruto de uma adaptação àquele contexto. “Decidi começar a fazer canecas com o desenho de um arco-íris e com o hashtag ‘vai ficar tudo bem’”, explica a administradora. E a verdade é que, não só ficou tudo bem, como aquela ideia, inspirada no desenho de uma criança italiana, superou as expectativas iniciais e impulsionou o negócio. “Posso dizer que, naquele mês, vendi mais de 10 mil canecas em seis línguas diferentes”, fundamenta a portomosense.
Quando tudo voltou à normalidade, Rita Belo já tinha uma equipa sólida e uma rede de clientes pelo mundo. Atualmente, a MB Ceramics tem 20 funcionárias, exporta 98% da produção e opera em processos como a modelação, a pintura, a vidragem, a cozedura das peças e toda a restante logística inerente. Ainda assim, é na pintura manual em faiança que a empresa se distingue. “Era uma vertente em falta no mercado, pois há clientes que procuram peças personalizadas e, para empresas com uma produção mais industrializada, não é rentável fazer um produto com essas características”, explica a empreendedora.
No final de 2022, a entidade deu mais um passo para continuar a afirmação no mercado, criando a marca Matias Belo. “Temos linhas e desenhos próprios, pelo que necessitávamos de as patentear porque nos dá mais visibilidade e, ao mesmo tempo, valoriza muito mais a peça”, justifica a fundadora da MB Ceramics.
Quanto à particularidade de só ter mulheres nos vários departamentos da empresa, Rita Belo afirma que “não há nenhum motivo em especial” e enaltece o bom ambiente formado pelas colaboradoras, não fechando a porta a homens no futuro.
O crescimento do negócio tem sido notável e, para 2024, a empresária prevê “atingir uma faturação de 1,4 milhões de euros, com as condições de trabalho atuais”, visto que o aumento do volume de trabalho vai “obrigar” à mudança de instalações para um local com uma área maior, ao investimento em equipamento e à criação de mais postos de trabalho, a curto prazo.