Imagina-se em 1925? Em bom rigor é impossível recuar quase 100 anos, mas as memórias e a história servem para isso mesmo. Para não deixarmos “fugir” tudo o que de bom foi feito em tempos passados. É o que tem sido feito pela Rafaela Silva.
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Em bom rigor, a empresa só passou a ter esta designação em 2011, mas tem um lastro de história intergeracional que mantém vivas duas premissas: a qualidade e os prazos de entrega.
Foi em 1925 que Adelino Serralheiro deu asas ao empreendedorismo e arrancou com uma empresa na área do calçado. A Benedita, já se sabe, é uma freguesia de gente trabalhadora, e o legado começou a ser construído sem que o avô pensasse, sequer, que um dia seriam as duas bisnetas a escrever novos capítulos da herança familiar no segmento empresarial.
Já depois de Lino Rafael Serralheiro ter dado sequência à Fábrica de Calçado Rafael, aberta pelo pai, António Rafael Serralheiro, durante a década de 1950, são, agora, as suas filhas, bisnetas, portanto, de Adelino Serralheiro, o visionário desta matéria na família, que asseguram a gestão da Rafaela Silva. Mas o pai, Lino, ainda de plena saúde, está sempre presente. Porque, diz quem o conhece, parar não é para ela. Falamos, então, numa liderança tripartida: Lino (pai) e Rafaela e Sofia (filhas).
Quaisquer que sejam as sequências empresariais promovidas e o acompanhamento das exigências promovidas pelo passar dos anos, não se abdica da qualidade e dos prazos de entrega. “Não abdicamos nem de uma coisa nem de outra. É quase como um binómio de regras sagradas. A qualidade é uma palavra de ordem, o mesmo acontecendo com os prazos estipulados para as entregas dos produtos que nos são encomendados. Até porque, sublinhe-se, os estrangeiros são super rigorosos com os prazos”, assegura Sofia Serralheiro, de 34 anos, um dos rostos da empresa.
E falar em estrangeiros significa que a atividade da Rafaela Silva abrange maioritariamente o mercado além-fronteiras: “Sem dúvida. Exportamos praticamente 90% do que fabricamos.”
A empresa beneditense ‘calça’ botas e sapatos para França, Alemanha, Suécia, Bélgica, Suiça e Estados Unidos da América, mercados mais relevantes para a vida da Rafaela Silva.
Dentro da qualidade na produção, destaque para sistema “Goodyear-Welt, uma marca que, não sendo registada e exclusiva, tem um peso considerável na rotina diária da produção.
“É algo que potencia a nossa relação de proximidade com os clientes. É um produto muito bem aceite nos mercados que mais exploramos e que junta a qualidade ao preço, sendo, por isso, uma relação bastante benéfica para os nossos clientes”, assinala, a propósito do referido segmento, a empresária, a mais nova das irmãs – Rafaela Silva (que dá nome à empresa, é quatro anos mais velha).
Duas dezenas e meia de funcionários fazem da Rafaela Silva uma empresa com uma dinâmica assinalável e onde todos os minutos contam. Lá está a tal exigência interna para que os prazos sejam cumpridos. Porque além da qualidade na confeção, o fazer chegar o produto aos clientes nas datas estipuladas também está no sangue das bisnetas que, quase 100 anos depois, ‘alimentam’ as raízes da arte iniciada pelo bisavô.