América do Norte. É para aquela zona do globo que a Balbino & Faustino mais exporta. “Temos alguns clientes ‘bandeira’. O maior é nos Estados Unidos da América, o segundo maior no México e o terceiro maior na zona da Galiza”, começou por elencar um dos administradores da empresa aquando da visita do REGIÃO DE CISTER.
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“Mas temos uma boa carteira de clientes no geral”, especificou Marco Faustino, acrescentando Irlanda, Alemanha, Itália, França, Espanha, Malta, Chipre, Marrocos “e toda a parte da bacia do Mediterrâneo” como outros pontos de referência.
Criada em 1980 no Facho – a sede social será transferida, a curto prazo, para o Casal da Areia – a empresa faturou 67 milhões de euros no exercício de 2023. Desse montante, 5% são referentes a exportações. Um valor ainda relativamente reduzido na análise da atividade global da empresa, mas que dá sequência à estratégia definida pela administração. “Temos tido um crescimento sustentado das nossas vendas. Os 5% de exportação com que fechámos o ano passado provavelmente representariam 30% há uma década”, complementa o empreendedor.
Mas, para abordar o tema da exportação na Balbino & Faustino, é necessário recuar aos primórdios e ao sonho. “Quando a empresa surge é numa ótica do mercado nacional. A exportação nem era uma opção, mas, com a introdução da parte produtiva, logo em 1987, surgiu um contacto para começarmos a exportar para a Alemanha. Esse cliente acabou por nos abordar para que a Balbino & Faustino garantisse um determinado volume de produção e, assim, tornar-se agente para o Centro da Europa. Foi uma relação de quase duas décadas em que esse cliente promoveu ao máximo os produtos por toda a Europa”, recordou, explicando que foi já no início deste milénio que a empresa começou a alargar os mercados. “Nos anos 2000, começámos a diversificar alguns mercados, com outros agentes e uma intervenção mais direta e, há cerca de uma década, deixámos de trabalhar com agentes externos e apostámos numa equipa interna de promoção e venda no mercado externo. Temos três pessoas dedicadas apenas a esse trabalho”, explicou um dos sócios da empresa que conta atualmente com quase 250 colaboradores.
Para o gestor, é fundamental exportar, mas para todo o tipo de setores de atividade. “Uma das grandes vantagens foi nunca ter clientes demasiado grandes. A nossa carteira convém ser o mais dispersa possível, seja por setores de atividade ou por tipologia de trabalho, e é preferível termos 100 carpintarias do que uma carpintaria muito grande. Trabalhamos com todos e é importante ter essa diversidade, uma vez que, dessa forma, garantimos que não há dependência de apenas uma área”, salientou.
Atualmente, a Balbino & Faustino tem cinco polos de atividade – Facho, Casal da Areia (onde tem a maior área), Algarve, Castelo Branco e Paços de Ferreira –, prevendo-se, a breve trecho, que seja instalada uma unidade em Viseu, distrito onde a empresa perdera, recentemente, as instalações de Mangualde, fruto da redistribuição de quotas na sociedade que gere a entidade.
De resto, a Balbino & Faustino não descura as questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental e tenta acompanhar as preocupações a nível mundial – com a renovação da frota automóvel, utilização de materiais menos poluentes, aplicação de medidas que visam reduzir a pegada ecológica e parcerias com iniciativas de cariz ambiental. No entanto, menos comum no que diz respeito ao tecido empresarial da região é o facto de a empresa disponibilizar um gabinete de apoio psicológico para os trabalhadores. “Temos a funcionar um gabinete de apoio psicológico que tem sido frequentado regularmente pelos nossos colaboradores. Por vezes para pequenas dúvidas ou situações familiares. É um tema ao qual estamos particularmente atentos”, evidenciou Marco Faustino, reiterando que as relações humanas são um tema que a empresa não descura. “A herança que nos foi deixada é a de que não estamos sozinhos. São precisas pessoas para trabalhar e temos de dar as garantias a essas pessoas para além do ordenado. Isso é de Lei, mas queremos estar um pouco acima disso. Todos os nossos trabalhadores têm seguros de saúde, é assim desde sempre. Criámos uma bolsa para os filhos dos trabalhadores ou trabalhadores que estudam, em que, caso atinjam determinado desempenho, recebem uma bolsa de 250 euros. Estamos a trabalhar cada vez mais numa série de eventos corporativos…”, disse.
Além disso, a proximidade é palavra chave na gestão diária da empresa do concelho de Alcobaça e, questionado sobre um projeto verdadeiramente transformador para o qual a empresa contribuiu, Marco Faustino deu uma resposta curiosa: “Uma das coisas que nos orgulhamos muito foi de ter patrocinado o restauro e a iluminação da Capela Relicário do Mosteiro de Alcobaça. É um trabalho de proximidade e está lá uma placa com o nosso nome. É um dos exemplos da nossa ajuda cultural, que faz a diferença na nossa zona”, finaliza o empresário, para quem a responsabilidade social é outro dos vetores fundamentais de atuação.