Quem passar à porta da capela dos Rebelos, localidade da freguesia da Cela, provavelmente não se aperceberá que o relógio que está instalado na zona frontal do edifício é novo. Afinal, o mostruário que é visível para o exterior é o mesmo que já existia. Mas a história conta-se pelo que não está visível. Tudo porque, para que os ponteiros indiquem a hora certa e o sino da capela toque a cada quarto de hora, é necessário que no interior da torre esteja, naturalmente, um relógio a coordenar o referido mostruário.
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E isso foi algo que, recentemente, não aconteceu. O relógio avariou e durante alguns dias houve um silêncio ensurdecedor nos Rebelos. A população local, habituada ao toque do sino, estava compreensivelmente desgostosa. Até porque, acrescente-se, o relógio era ainda o original e datava de 1977. Estava, portanto, em funcionamento há cerca de 47 anos.
Ciente do problema que tinha pela frente, a Direção da Associação Santíssima Virgem da Conceição, coletividade à qual pertence a capela, apressou-se a resolver o assunto. Para isso, foi necessário um esforço financeiro que ainda não chegou ao objetivo pretendido, mas que, segundo conta ao REGIÃO DE CISTER o presidente da associação, deverá ser atingido num futuro próximo.
“Já adquirimos um novo relógio para a capela e fizemos um investimento de cerca de 3 mil euros. Claro que ainda não foi possível angariarmos toda essa verba, mas o pagamento ao fornecedor já foi feito e, como tal, o relógio já está em funcionamento”, assegura Carlos Calhas.
Ainda de acordo com o dirigente, “a coletividade está a fazer um peditório, não só à população local, como a todos os que estiverem interessados em colaborar, sendo que, até agora, já foram angariados cerca de 500 euros”.
A verba ainda é insuficiente para cobrir o custo do novo relógio, mas Carlos Calhas está “confiante de que mais donativos serão feitos nas próximas semanas”. Dessa forma, apela “a todos os particulares e/ou empresas que façam o seu contributo e que ajudem a associação”. Afinal de contas, refere, “em causa está um símbolo identitário do território”.
O esforço dos responsáveis da Associação Santíssima Virgem da Conceição já foi compensado com a retoma do funcionamento do relógio da capela, que trabalha há quase 50 anos. E, dessa forma, a população dos Rebelos voltou a poder ouvir o mítico sino.