O treinador André Luís vai substituir o catalão Guillem Pérez ao leme do HC Turquel. O turquelense, que voltou no início desta temporada aos Brutos dos Queixos para assumir a coordenação, os sub-19 e a equipa B, é a opção da Direção alvinegra para guiar o emblema, de novo, à elite. O objetivo foi traçado em entrevista ao REGIÃO DE CISTER.
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REGIÃO DE CISTER (RC) > O que lhe vai na alma ao assumir a equipa sénior do clube do coração pela primeira vez na carreira?
andré luís (AL) > Sentimentos mistos de felicidade por um lado, dado que é o cumprir de um sonho de criança, e de enorme responsabilidade por outro, pois tenho o dever de honrar o trabalho realizado no meu clube pelos meus antepassados e pela minha família. Joguei toda a minha vida no HC Turquel e como treinador, em contraciclo, estive cinco épocas fora, num período que julgo ter sido fundamental para o meu crescimento a todos os níveis, fugindo à minha zona de conforto. Em ano de sexagenário do HCT, tenho de agradecer à Direção pela confiança depositada em mim e tenho também o dever de dar tudo de mim para honrar as pessoas referidas anteriormente. Tentarei também honrar todos os atletas que comigo trabalharam e trabalharão, bem como todos os nossos fantásticos adeptos, que acompanham a equipa para todo o lado. Somos de facto um clube diferente. A minha chegada aqui não seria possível sem o apoio fundamental da minha família, principalmente da minha esposa e filhos. Eles têm sido sempre os mais prejudicados pelos meus longos períodos de ausência e sem o seu apoio não seria possível aceitar este desafio. Palavra especial também para os meus pais, que estão sempre lá.
RC > Regressar à 1.ª Divisão é o objetivo primordial?
AL >Em termos estruturais, tanto a nível de capital humano, como a nível de infraestruturas, temos condições que poucos clubes têm, essa é por si só uma condição que nos coloca responsabilidade para tentarmos recolocar o clube, no plano desportivo, junto da elite. Com o plantel que tentaremos construir, o objetivo principal tem de passar por lutar por subirmos novamente à elite. Ainda assim, sabemos que 2024/2025 será uma época de transição, com saídas anunciadas de atletas com muita importância no seio do grupo, a todos os níveis, o que nos trará dificuldades, mas que ao mesmo tempo também terá o efeito de aumentar a responsabilidade aos atletas que ficam e que até agora estiveram na sombra dos mais velhos, mesmo que estes últimos já tenham muita experiência acumulada. Temos de nos assumir, de ter ambição e temos também de enveredar por uma política de contínuo crescimento do clube, sempre com os olhos postos na formação, que tem de ser o combustível que nos terá de alimentar a médio prazo, para que, quando voltarmos a estar entre os grandes, estejamos melhor preparados.
RC > Certas são já as saídas de Vasco Luís e André Pimenta. O plantel será de continuidade ou prevê alterações de fundo?
AL > A ideia que temos é a de continuidade, pelo menos na constituição do plantel. Não prevejo alterações de fundo, excetuando as saídas do André Pimenta e do Vasco Luís, como referiu. Há uma sinergia entre aquilo que são os meus intentos no reforço do plantel com os intentos da estrutura diretiva, mas a verdade é que, mesmo estando a trabalhar há muito tempo a esta parte neste campo, as vicissitudes do mercado não nos permitiram ainda fechar as coisas. Esta é sempre uma questão delicada, numa corrida contra o tempo, com todos os obstáculos que a deslocalização geográfica nos traz, mas faremos o melhor que pudermos para aportarmos ainda mais qualidade ao plantel. Temos ainda a nossa formação, que é das melhores que há no país a formar desde o berço, e à qual poderemos recorrer com risco totalmente calculado.
RC > O que é que os adeptos podem esperar do HC Turquel versão 2024/2025?
AL > Nas últimas épocas, e não só nos seniores masculinos, houve um trabalho de excelência encetado pelo Guillem Pérez, pela sua equipa técnica e pela Direção. Os louros têm de lhes ser creditados, pois alavancaram o clube e o nível de trabalho para um patamar que até então não existia no HCT. Criaram uma base que nos permitirá crescermos ainda mais. Sinto que estamos preparados para dar um salto em frente, para tentarmos ser mais consistentes defensivamente e jogarmos um hóquei bonito e aprazível. Com a afluência de público que temos em todos os jogos, principalmente os que se disputam em nossa casa, as pessoas pagam e fazem muitos quilómetros para que possamos dar-lhes bons espetáculos. A receita é mais complexa do que parece, mas é juntar o jogar bem com os resultados positivos. O desafio será grande, mas todos estaremos prontos e contamos com o apoio inestimável dos nossos adeptos.