Se, dentro de um ano, o quartel da Nazaré não estiver equipado com um veículo florestal de combate a incêndios (VFCI), a corporação não participará no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR). A promessa foi deixada pelo comandante, na passada segunda-feira, em Famalicão, onde foi celebrado o 97.º aniversário da associação de bombeiros.
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“Basta! Basta! Basta!”, exclamou Mário Cerol durante a sessão solene. O comandante lembrou que a corporação é a única da região sem aquela viatura. “Se não há condições, não vai ninguém”, repetiu Mário Cerol. Os dois veículos existentes no quartel têm mais de três décadas, fez notar o operacional.
Os Bombeiros da Nazaré precisam também de um novo quartel, reclamou ainda Mário Cerol, que apontou vários problemas à localização e instalações atuais.
O presidente da Câmara, Manuel Sequeira, concordou, manifestando o seu apoio e reconhecendo a necessidade de um novo edifício.
As aspirações do comandante vão mais longe. Para além de um edifício de raiz, de localização privilegiada e que responda às exigências atuais, Mário Cerol quer que o novo quartel seja também sede da escola de formação da área do mergulho e do salvamento em grande ângulo. Já encetou, por isso, contactos com o Formar, a EPN e o Externato da Nazaré, disse o operacional.
A aposta do último ano foi assumidamente na formação, referiu Mário Cerol, que descreveu o rigor e empenho exigidos pela corporação aos bombeiros ao longo de toda a carreira. “Quem não sabe, não salva ninguém”, atirou o comandante, que deixou o recado “aos colegas que não conseguiram superar provas de acesso a bombeiro de 3.ª: a vida não acaba aqui. Não passaram nesta fase, passarão na próxima”.
Na sessão solene foram ainda distinguidos os bombeiros com largos anos de casa que passaram a integrar o quadro de honra, os novos bombeiros, bem como os que foram promovidos.
A corporação tem novo equipamento de desencarceramento elétrico, suportado pela associação, equipamento de salvamento em grande ângulo e monitores de sinais vitais, graças ao projeto Bairro Feliz. Através do orçamento participativo, o quartel ganhou um aparelho que permite transportar uma vítima em manobras de salvamento até à unidade de saúde.
Com a central de comunicações renovada, o quartel pintado e os portões automatizados, o comando pretende agora adquirir uma nova ambulância.
“O subsidiarismo camarário a que estamos agarrados por força da lei não nos permite candidaturas”, criticou o presidente da Direção, José Sales, que pediu “um olhar diferente” para as associações como as humanitárias de bombeiros voluntários.