Pode um festival de música durar 36 dias e apresentar 47 espetáculos em 27 palcos espalhados por cinco concelhos? A ABA – Banda de Alcobaça, Associação de Artes prova que sim. O Cistermúsica está de regresso, desta vez numa versão “intemporal”, com algumas novidades. A 32.ª edição do festival de música de Alcobaça arranca amanhã e prolonga-se até 3 de agosto.
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“O Cistermúsica é mais do que uma instituição, faz parte da alma do Mosteiro de Alcobaça”, considerou a diretora do monumento, na conferência de imprensa do Cistermúsica, que decorreu na passada sexta-feira. Lembrando que “apenas um terço do monumento está aberto ao circuito de visitas”, Ana Pagará realçou que “vários concertos do Cistermúsica realizam-se em espaços que não estão incluídos ainda no circuito de visita”, como é o caso da cerca, onde decorrem há vários anos os grandes espetáculos. Este ano, a Capela do Desterro vai também receber um dos concertos. “O Mosteiro, sobretudo através da Banda de Alcobaça, assume-se cada vez mais como um lugar para a construção da paz, com a linguagem universal da música, e um lugar para a celebração da diversidade cultural”, realçou Ana Pagará.
Um festival “aberto, diversificado e colaborativo”, descreveu o presidente da ABA – Banda de Alcobaça Associação de Artes, destacando a qualidade em todas as ofertas do festival. “Não há em Lisboa ou no Porto não há nenhum festival com esta dimensão, nem à escala europeia conheço um festival com esta dimensão dentro de um património Mundial”.
“Em Alcobaça respira-se cultura e muita dela vem da Banda de Alcobaça”, salientou o presidente da Câmara de Alcobaça, que olha para o Cistermúsica como uma “marca” de Alcobaça”. “O Cistermúsica vende muito bem o território cisterciense”, notou Hermínio Rodrigues, para quem “a música é agregadora do território”. A autarquia é uma das parcerias estratégicas do festival, a par do Mosteiro de Alcobaça.
O Cistermúsica continua a revelar a “Música no Feminino” e vai celebrar a Liberdade, a propósito do cinquentenário do 25 de abril, os 500 anos de Camões, o centenário de Joly Braga Santos e os 100 anos sobre a morte de Gabriel Fauré. Dos concertos sinfónicos, destacam-se a Sinfonia n.º 5 (que poderá ser ouvida já no próximo sábado às 21:30 horas) e a Sinfonia n.º 6 – A Pastoral de Beethoven, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e Orquestra XXI, respetivamente, a Suite de Cavaleiro da Rosa de Strauss, pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, a Sinfonia n.º 10 de Shostakovich, pela Alto Minho Youth Orchestra. Na Programação Outros Mundos, o destaque será a cantora brasileira Adriana Calcanhotto.
A 32.ª edição do Cistermúsica inicia amanhã, às 21:30 horas, na Nave Central do Mosteiro de Alcobaça, com o Requiem de Fauré, pela Orquestra Melleo Harmonia e Coro Ricercare.