“Ler é Abraçar o Mundo!”. Este é o nome do projeto solidário que permitiu a recolha de 12.600 livros para criar e aumentar os acervos das bibliotecas escolares da Ilha de São Vicente, em Cabo Verde. As obras foram entregues no Centro Comunitário da Benedita e foram, durante a última semana, enviados para aquele país africano.
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Mas neste projeto solidário – destinado, sobretudo, aos estudantes de estágio pedagógico do curso de Estudos Cabo-Verdianos Portugueses da Universidade de Cabo Verde – há um nome que salta à vista: o de Inês Silva, professora auxiliar da Universidade de Cabo Verde e também responsável pelo Camões – Centro de Língua Portuguesa no Mindelo.
A beneditense teve um papel particularmente importante em todo o processo, pois foi através da antiga vice-presidente da Câmara de Alcobaça que foram angariadas várias dezenas de livros, nomeadamente através da participação de várias entidades e empresas, tais como o Externato Cooperativo da Benedita, o Agrupamento de Escolas da Benedita, o Centro Social e Paroquial da Benedita, a Associação Barafunda e a Universidade Sénior da Benedita. Além da freguesia da Benedita, o projeto contou também com o apoio de concelhos vizinhos: Porto de Mós, Caldas da Rainha, Aveiras de Cima, Abrigada, Manique do Intendente e Azambuja.
“Perante a necessidade de realizarem atividades de promoção do livro e da leitura nessas mesmas escolas, e dada a inexistência de bibliotecas ou de livros infantojuvenis, o projeto iniciou-se precisamente com a angariação de livros de literatura infantil e juvenil em Portugal, na vila da Benedita, de onde é natural a professora e investigadora Inês Silva”, explica a entidade em comunicado.
E tudo surgiu através de uma publicação nas redes sociais, no passado mês de fevereiro, em que a professora apelou à doação de livros em bom estado. Ato contínuo, o Centro Comunitária da Benedita, ponto de entrega, recebeu 12.600 livros. A informação chegou a “territórios vizinhos”, permitindo a criação de campanhas em vários estabelecimentos. “Não se prevendo, no início, tão elevado número de livros oferecidos, partiu-se da intenção de se criar duas bibliotecas, uma na Escola Básica de Monte Sossego e outra na Escola Básica António Aurélio Gonçalves e proceder-se ao aumento do acervo literário da biblioteca da Escola Industrial e Comercial do Mindelo – Guilherme Dias Chantre”, lê-se no comunicado, no qual se dá conta de que “face ao excelente resultado obtido, os estudantes finalistas pretendem criar mais bibliotecas, em conjunto com a comunidade educativa, que tem respondido a sucessivos apelos nas redes sociais para ajudar com tinta, mobiliário, entre outros elementos necessários”.
E, uma vez mais, fica bem patente o caráter solidário das gentes da Benedita (e da região) no que toca a ajudar quem mais necessita.