Sexta-feira, Outubro 18, 2024
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A minha escola é melhor que a tua?

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A publicidade feita às “melhores escolas” é indevida e impiedosa, castigando as “piores”, induzindo os mais aptos a migrar para as “melhores”, públicas ou privadas

Gaspar Vaz

Em 2001, surgiram os primeiros “Rankings”. Sempre dividiu opiniões. De facto, os rankings, no início, eram um instrumento muito tosco e rude: apenas construía tabelas, omitindo toda a envolvente do ato educativo. Em termos gerais, isso foi uma enormidade ética e um gratuito meio de propaganda das “melhores escolas” – que apenas podiam ser privadas. No entanto, os Rankings não são instrumentos de política educativa; são apenas instrumentos – que, hoje, permitem ler a realidade educativa de modo mais complexo, comparando, não apenas a “quantidade do sucesso”, mas a sua qualidade, com variáveis como o resultado esperado e as taxas de retenção.

Os rankings enfermam de muitos males e riscos: 1) A publicidade feita às “melhores escolas” é indevida e impiedosa, castigando as “piores”, induzindo os mais aptos a migrar para as “melhores”, públicas ou privadas; 2) Continua a vigorar um dualismo manhoso, insistindo na dicotomia “melhores”/“piores”. 3) Podem levar a uma cultura escolar centrada, exageradamente, nos exames, prejudicando o ato educativo e o imperativo da inclusão e a menorização de tudo o que não seja quantificável em exame.

Os rankings permitem, porém, ver problemas: 1) Como é que, na mesma escola, há disciplinas que se situam, sempre ou quase sempre, acima da média nacional e outras que se situam, sempre ou quase sempre, abaixo da média nacional? 2) Porque é que, ocorrendo mudança de professores, a média das disciplinas se altera, sustentadamente no tempo? 3) Como é que a rede pública de ensino permite, em todas as principais cidades, a convivência de escolas de 1ª, 2ª e 3ª? A evidenciação dessa chaga é obra dos rankings. Embora não veja uma organização escolar sem avaliação, se querem acabar com os rankings, patentes ou ocultos, acabem com os exames.

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PS. A região de Cister, pela leitura dos rankings, pode ficar tranquila, embora deva estar atenta a algumas discrepâncias. Apreciei a intervenção da EPADRC nas redes sociais: está muito bem nos cursos profissionais.

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