Vítor Silva nasceu no seio do mundo da decoração, fruto das profissões exercidas pelos pais, e não só lhes herdou as paixões, como também lhes seguiu as pisadas no capítulo profissional. A 31 de dezembro de 1979, o empresário, natural de Venda das Raparigas, decidiu abrir um negócio por conta própria, na vila da Benedita, que permanece vigoroso até aos dias de hoje.
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“Comecei no ramo do mobiliário porque cresci no meio da fábrica dos móveis do meu pai, mas após seis anos percebi que o espaço da loja era pequeno para expor produtos, pelo que tinha de investir num espaço maior para armazenar material ou então tinha de pensar duas vezes”, começa por explicar. Após a reflexão, o homem que fundou a Benimóvel, reformulou o negócio e o espaço passou a designar-se Béni-Decor, em 1985. “A minha mãe era costureira e, por isso, também nasci no meio dos tecidos. Ela não trabalhava com cortinados, fazia roupa, essencialmente, mas foi daí que veio a minha base. Depois, também me identificava muito mais com este mundo, por ser criativo, por combinar cores de cortinados com almofadas, com colchas, por desenvolver produtos de diferentes tamanhos. Era tudo mais interessante”, conta Vítor Silva.
Na Béni-Decor trabalha-se o tecido em várias dimensões. Colchas, cortinados, estores interiores, almofadas, tapetes… tudo é feito pela empresa, desde a escolha do padrão até à conceção do artigo final e, se for necessário, o beneditense garante a instalação na casa do cliente. Com o acompanhamento da evolução tecnológica, o homem de 68 anos consegue oferecer um serviço ainda com maior personalização, através de “estampagens digitais ao gosto do consumidor final”.
Depois da passagem para o setor têxtil, a Béni-Decor passou por diferentes períodos ao longo de 39 anos. Vítor Silva chegou a abrir outra loja na vila da Benedita, direcionada apenas para a tapeçaria. Naquela época, que datava o início da época de 2000, o empreendedor também inaugurou outro estabelecimento para o mesmo efeito em Caldas da Rainha, contudo o cenário não foi o desejado. “O mercado começou a cair e foi muito complicado para os pequenos comerciantes sobreviverem”, recorda o comerciante que se viu obrigado a fechar as duas lojas e “voltar à base”. A vinda de chineses para Portugal, com lojas de grandes dimensões e ofertas muito mais competitivas, naquela fase, também não ajudou. “Eles ofereciam um produto com menos qualidade, mas era muito mais barato e as pessoas compravam”, relembra. Hoje em dia, Vítor Silva argumenta que a mentalidade mudou e que as pessoas voltaram a procurar um serviço com maior qualidade.
O empresário mantém a loja com portas abertas na Rua Rei da Memória, assumindo menos riscos e colocando a experiência a seu favor para manter a solidez e a estabilidade desta casa com história. Vítor Silva conta também com a colaboração de duas costureiras na Béni-Decor.