Assinalaram-se, na passada quinta-feira, precisamente, 125 anos do aniversário do alcobacense Joaquim Vieira Natividade. A data motivou a “união” entre o Armazém das Artes e a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister (Epadrc), que assinaram um protocolo de cooperação, com o objetivo de aproximar as artes aos alunos. Na cerimónia, foram apresentadas as atividades previstas para recordar a vida e obra do ilustre alcobacense, que foi “um dos maiores vultos da comunidade intelectual e científica de Portugal”.
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“Há uma vontade partilhada de explorar este território comum. O Armazém das Artes quer levar as artes às pessoas e desmitificar o contacto artístico. Do lado da Epadrc abre-se um espaço que habitualmente não estava aberto. Temos território fértil para desbravar caminho e, agora no âmbito das comemorações dos 125 anos de Vieira Natividade, não havia razão para adiarmos o momento, porque é um elo de ligação entre nós e a escola”, justificou a gestora do espaço e da programação, Maria Manuel Aurélio, ao REGIÃO DE CISTER.
Também a diretora da Epadrc realçou a enorme vontade de firmar o protocolo. “Antes de termos encontrado este ponto comum que é Joaquim Vieira Natividade, a escola já tinha contactado com o Armazém das Artes para fazer parte do nosso conselho consultivo do Plano Nacional das Artes”, revela Paula Malojo. “Sentíamos na Epadrc que estávamos demasiado afastados, por um lado, da comunidade, e, por outro, da cultura e da arte. Nos últimos anos temos feito o trabalho de nos aproximarmos da comunidade e, no ano passado, com a entrada do Plano Nacional das Artes na escola notámos a diferença e, por isso, queremos dar continuidade a este projeto”, explica a professora.
As comemorações do 125.º aniversário de Joaquim Vieira Natividade pretendem reavivar a memória sobre o contributo do alcobacense, em vida, e toda a herança por ele deixada, principalmente, entre os mais novos. “Depois de algumas conversas, concluímos de forma unânime que mais interessante do que expor uma parte daquilo que é o seu legado, como fotografias, livros editados ou desenhos, seria muito mais interessante tentarmos transformar isto numa lógica dinâmica e participativa”, salienta ainda Maria Manuel Aurélio.
Relativamente às primeiras atividades programadas no ciclo denominado “Quanto tempo tem a memória?”, no dia 12 de dezembro será inaugurada uma exposição no Armazém das Artes, que tem o nome provisório de “Relicário de Joaquim Vieira Natividade”.
Está também “confirmado o envolvimento do Município de Alcobaça na publicação do livro de poemas de Joaquim Vieira Natividade” e a materialização do protocolo estabelecido com a Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, em que os alunos de mestrado estão a fazer um projeto, intitulado “Dossier da Mata do Vimeiro – um tributo a Joaquim Vieira Natividade”, cujos primeiros trabalhos vão ser apresentados publicamente em exposição no Armazém das Artes no próximo ano.
Os 125 anos de Joaquim Vieira Natividade serão comemorados pelo Armazém das Artes durante um período indefinido, que deverá prolongar-se, pelo menos, por dois anos.