É um autêntico cartão de visita da Nazaré e uma coletividade que trabalha de janeiro e dezembro para glorificar a cultura nazarena. Fez 90 anos no passado dia 8 e celebrou-os no dia antes, numa autêntica manifestação de força e vigor que marcam a longa vida do Rancho Tá-Mar. A associação prepara agora uma atuação no Canadá dentro de três meses.
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Tem mais de uma centena de elementos e a garantia de que o futuro do folclore da Nazaré está bem encaminhado. Prova disso são as 35 crianças que compõem o Rancho Infantil. A elas juntam-se os 30 elementos do Rancho Adulto e os cerca de 50 das três turmas do Atelier de Dança. No total, mais de 100 pessoas dão corpo àquele que é considerado o rancho mais típico de Portugal. As sete saias e as camisas de escocês são a marca identitária do rancho nazareno desde 1934. Desde essa data que as danças e cantares da Nazaré correm o País e os quatro cantos do mundo pela mão do Rancho Tá-Mar. “São viras alegres e mexidos, com temas do mar, do peixe, dos recantos da terra e da tradição”, como descreve o vídeo que a coletividade promoveu por ocasião do 90.º aniversário.
“São 90 anos de atividade ininterrupta”, enaltece, em declarações ao REGIÃO DE CISTER, o presidente da Direção, que sublinha que o Tá-Mar só parou quando a isso foi forçado, por culpa da pandemia da covid-19. Paulo Tacha Mendes fala das atuações previstas para o próximo ano, como os festivais de folclore, os vários convites para todo o País, o espetáculo ao ar livre promovido pela Junta da Nazaré no verão, o intercâmbio com outros ranchos portugueses e uma viagem internacional, a Toronto, no Canadá, onde o Rancho Tá-Mar foi convidado a atuar, no final de março. “Vamos levar cerca de 35 elementos”, adianta o diretor.
A autenticidade do Rancho Tá-Mar, que com apenas dois anos de atividade atuou no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, está muito presente nas rábulas de Carnaval e na sua sala, o Casino, espaço que acolhe os mais emblemáticos bailes durante o Entrudo.
O Rancho Tá-Mar tem conseguido fazer face às despesas. As deslocações para fora da Nazaré contam, muitas vezes, com o apoio logístico da Câmara e, quando assim não é, o Rancho tem de acrescentar o valor do transporte ao orçamento da atuação. Cada elemento é responsável pelo seu traje e as quotas dos cerca de 200 sócios e as receitas dos bailes são aplicadas na manutenção das instalações, no Casino, como explica Paulo Mendes.
No centenário da coletividade, em 2034, o diretor, que conta mais de 30 anos de Tá-Mar, gostaria de ver uma festa em grande, “com todos os elementos que passaram pela associação” e lembra duas pessoas que se destacam na história do Rancho Tá-Mar – Afonso Ova e “António do Casino”.