O alcobacense Tiago Félix acaba de lançar o décimo trabalho discográfico. Disponível nas plataformas de música digitais desde o passado dia 20, “Mosteiro” é um álbum narrativo, que remete para as origens do autor, mas que não segue os padrões dos discos conceptuais.
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Com um total de dez canções escritas em português, o disco dá a conhecer o percurso a pé de um indivíduo, “desde casa”, durante a “ressaca das eleições legislativas de 2024”, que “acaba de novo em casa”. “É simultaneamente um regresso às origens e um afastamento também.
É uma relação ao mesmo tempo côncava e convexa. Começo a escrever o disco quando trabalhava no Mosteiro, que tem um simbolismo muito presente nestas canções e por vários motivos”, avança o músico alcobacense, em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
“Houve da minha parte uma procura intencional de me aproximar do lugar de onde vim. Mas depois, ao ser dispensado do Mosteiro pela atual direção, e sobretudo pela desconsideração com que esse processo decorreu, esta relação teve forçosamente de mudar e a proximidade tornou-se uma distância.
O disco acaba por passar por aí, é uma das partes da sua narrativa”, acrescenta Tiago Félix, que é o responsável pela composição das canções, pela gravação das percussões, dos baixos, das guitarras dos teclados, das vozes e dos coros, mas também pela mistura e pela masterização do disco.
“Algoritmo” é o single de avanço do álbum. Fala sobre “heróis do passado”, “ausência” e “contrafação” e, tal como os outros temas, vem acompanhada por um vídeo no Youtube.
Seguem-se “Virar Ao Contrário”, “Nepo Baby”, “Maratonista”, “São Tomé”, “Boa Fase”, “Mosteiro”, “Promissor” e “Estragado”. A compilação das canções está disponível em vídeo desde o passado dia 19 no canal de Youtube do artista.
Antes de “Mosteiro”, o músico lançou, em 2023, os álbuns “Nó Górdio” e “Reflexo Patelar”. Formado em Literatura, Tiago Félix conta com um livro de poesia editado.
“As Mãos Enquanto Esperamos” foi lançado há três anos na Casa da Música de Ílhavo e reúne cinquenta poemas sobre o quotidiano, escritos entre 2015 e 2020. Este ano o artista estreia-se em nome individual com a exposição de pintura “Zugzwang”.